sábado, 3 de dezembro de 2011

ERA PRECISO ESCLARECER

Nunca escrevi um texto com o objetivo de buscar o aplauso ou os encômios que muitas vezes revelam mais a amizade que um leitor pode sentir por mim, do que a concordância com as ideias que defendo.

Nunca pautei minha postura em sala de aula pela fanfarronice que se interessa mais pela bajulação dos alunos, como se o professor fosse uma criatura carente que se não tiver da parte dos pupilos alguma demonstração de afeto, entra em depressão. Não quero alunos infantilizados. Quero alunos que crescam e que progridam intelectualmente. Crescer e progredir exige de todos nós maturidade para receber admoestações e, se for o caso, refutá-las com argumentos consistentes.

Nunca me escondi no anonimato. Nunca deixei de dizer o que penso. Logo eu, cuja marca é defender ideias que a maioria discorda, quando não, abomina. Por que me faltaria coragem para dirigir a quem quer que seja minhas duras críticas? O que eu deveria temer?

Na escola onde fui formado, eu e os meus colegas ouvíamos dos professores as reprimendas mais duras - aquelas que feriam os nossos brios e que nos deixavam enraivecidos - mas que reconhecíamos, e talvez por isso machucasse mais, que elas tinham sido justas. Eu e tantos colegas devemos o muito do que somos hoje como pessoas e profissionais aos professores que não se furtaram de tocar na ferida para nos fazer perceber onde estávamos errando.

E por que estou escrevendo esse post? Para tentar esclarecer a alguns meninos e meninas da turma 304 - pessoas de quem sempre gostei, e não preciso ficar aqui provando o meu apreço por ninguém - que onde eles enxergaram críticas e uma opinião negativa, havia tão-somente a percepção sincera que tive da turma. Não seria muito mais fácil e cômodo fazer rasgados elogios para ver na carinha deles um sorriso de júbilo? Seria. Mas se fizesse isso, eu não seria quem sou.

Não é prova de respeito e admiração dizer que eles - na verdade, a maioria da turma, porque sempre há exceções - poderiam ter sido bem melhores se tivessem levado o ano letivo com muito mais seriedade? Menti? Será que aqueles que se ofenderam com essa observação a ponto de dizer que odiavam hipocrisia foram, como estudantes, o que poderiam ter sido? Mostraram, em 2011, no 3° ano, todo o potencial que possuem? Não lembrei no texto que escrevi que quando eles mostrarem o que podem fazer a qualidade que eles têm vai ficar evidente? Onde estava a ofensa?

A única razão que eu vejo para a reação irascível é que alguns estavam esperando elogios, panegíricos, e como não encontraram, não perceberam que, ao adverti-los, dizendo que nesse ano eles decidiram não estudar tanto quanto podiam e deviam, isso era uma forma de mostrar todo o meu apreço por eles. Ficaram tão cegos pela raiva - injustificada, insisto - que sequer leram o meu reconhecimento de que estudando com compromisso eles ficariam entre os melhores. Indignados, alguns decidiram me dirigir impropérios que me feriram porque em nenhum momento os ofendi.

Meu Deus, será que não leram o meu texto? Havia algum menoscabo? O que foi o texto se não um grande incentivo aos formandos nessa nova etapa?

Lamento muito que alguns, talvez de forma apressada, tenham entendido o oposto do que eu disse.


quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Aos meus caros alunos do 3° ano do Ensino Médio do La Salle.

Senhores, boa noite.

Daqui a um pouco, todos vocês passarão pelas solenidades que marcam o fim de um ciclo que começou há muitos anos e que, em 2011, se conclui. Nesses momentos de conclusão de um ciclo, é sempre importante fazermos um balanço de nossa vida; ainda que, no caso de vocês, haverá ainda - se Deus quiser - muito o que se viver.

Talvez vocês tenham esquecido, mas já houve momentos em que muitos de vocês vacilaram diante das dificuldades. Já houve momentos em que os problemas pareciam tão grandes que enfrentá-los seria apenas perda de tempo. E não foi. Porque ninguém avança sem enfrentar dificuldades. Olhem para trás e digam para si mesmos se aquela dificuldade que lhes parecia instransponível impediu vocês de chegarem até aqui. Portanto, meus caros, coragem! Se vocês já venceram antes, por que não poderiam vencer depois?

Em momentos como esses, é clichê desejar a vocês que realizem os seus sonhos e conquistem as vitórias que tanto almejam. Vou tentar fugir um pouco desses clichês. Quero lhes desejar outras coisas.

Quero lhes desejar perseverança! Sem ela, todos os sonhos e todas as vitórias se perdem na poeira do tempo.

Quero lhes desejar confiança! Quem não acredita em si, nas próprias potencialidades, não consegue chegar aonde sempre desejou. Confiança em si não é arrogância. Confiança em si é saber que mesmo caindo, ou perdendo, vocês sabem que podem vencer.

Quero lhes desejar, finalmente, disciplina! Sem disciplina a perseverança se fragiliza e a confiança perde o sentido. Disciplina e manter o foco. Disciplina é traçar um caminho e segui-lo. Disciplina é cumprir o que cada um se prontificou a fazer para atingir a sua meta.

Perseverança, Confiança e Disciplina! Sem elas qualquer sonho é impossível. Sem elas qualquer vitória é improvável!

Nossa maior vitória como professor é vê-los encaminhados na vida. É alimentar a esperança de que o sucesso de vocês é também um pouco o nosso sucesso. Ser professor é, em certa medida, realizar-se no seu aluno. Que professor não se enche de orgulho quando fica sabendo que um ex-aluno - que um dia vestiu uniforme; esqueceu de fazer a tarefa; que venceu uma dificuldade; que fez traquinagem, enfim, que foi aluno - hoje é um profissional respeitado! Serei ainda mais ousado: quanto mais o aluno superar o professor, mais o professor deve ter orgulho do seu trabalho. Por isso, meus caros, lanço-lhes um desafio: superem-nos! Sejam melhores do que fomos, e quando chegar a vez de vocês, façam daqueles que estiverem sob suas responsabilidades, pessoas melhores do que vocês foram.


domingo, 20 de novembro de 2011

Para os estudantes que estudam!

20/11/2011
às 7:37

Alunos da Unirio, da USP e de todo o Brasil, vejam como os esquerdistas de butique seqüestram o seu futuro, mas têm o deles garantido. Espalhem este post!

Alunos da Unirio, da USP e de todo o Brasil, leiam este post. Se acharem que ele diz a verdade, espalhem! E votem na liberdade!

Desde que eu participei do movimento estudantil, a realidade é a mesma: esse rapazes e moças de extrema esquerda que vocês vêem desfilando pela universidade, muitos deles com suas roupas CUIDADOSAMENTE ESQUISITAS, com aquele estilo mulambento-fashion e o cabelo RIGOROSAMENTE DESPENTEADO — uma coisa, assim, “Luan Santana leninista” —, essa gente, na sua maioria, vem de famílias abastadas, cheias da nota. PODEM LUTAR PELA REVOLUÇÃO QUE NUNCA HAVERÁ PORQUE SEUS PAIS JÁ ACUMULARAM PATRIMÔNIO POR ELES E PARA ELES.

Alunos da Unirio, da USP e de todo o Brasil, a esmagadora maioria dos “comunistas” que vocês conhecem na universidade é composta de pessoas muito mais ricas do que vocês. Eles têm uma “desculpa” histórica para isso: Lênin era filho de um alto funcionário público da burocracia czarista, e o pai de Trotsky era da aristocracia rural. Stálin, o assassino profissional, era filho de sapateiro — daí que os trotskistas em particular detestem essa conversa de debater a origem social dos “revolucionários do toddynho”. Eles acham que revolucionário pobre acaba fazendo cagada! E acham que o não-revolcionário pobre é só um arrivista que quer subir na vida! Como não precisam disso, então cuidam da “revolução”, entenderam?

Pensem bem: na opinião de vocês, qual a chance de o Brasil passar por uma revolução socialista nos moldes que eles imaginam? Zero!!! LOGO, A LUTA DELES NÃO TEM FUTURO, MAS O FUTURO DELES ESTÁ GARANTIDO. Vão ficar alguns anos nessa brincadeira, com seus papais e mamães acompanhando tudo a uma prudente distância, e depois voltam para os braços da “burguesia” que dizem detestar. Assumirão os negócios da família, a administração de seu patrimônio etc. E pronto!

Mas e vocês? E vocês que realmente dependem da conclusão do curso para ter uma vida mais confortável? E vocês que, já hoje, só estudam porque trabalham para se manter? E vocês que não têm tempo para participar de suas assembléias intermináveis, plenárias intermináveis, reuniões intermináveis? Vocês não têm para onde correr. São vocês por vocês mesmos! Não estão na universidade para torrar alguns tostões do patrimônio familiar. Ao contrário! Ainda precisam construir o seu próprio patrimônio para poder dar uma vida mais confortável do que tiveram a seus filhos.

É justo que essa gente fique tiranizando a universidade porque já está com a vida garantida? É justo que essa gente fique promovendo greves e invasões, ameaçando o seu futuro? Vocês estão dispostos a perder o ano porque PSOL, PT, PCO, PCdoB ou sei lá quem decidiram que a universidade é só um lugar para eles aplicarem os princípios dos seus respectivos partidos? Deve haver um ou outro militantes pobres! Mas são exceções. O Globo publicou uma reportagem com alguns pais de invasores da Reitoria da USP que foram detidos. Um é um empresário bem-sucedido. Outro é engenheiro. Três outros são professores que exercem cargos importantes nas universidades em que atuam.

Durante a invasão da Reitoria, VEJA flagrou dois “revolucionários” deixando o prédio por alguns instantes. Foram tomar um banhinho em casa, comer a papa na mama, para voltar em seguida. Um deixou o prédio num Polo sedan; outro saiu num Kia Soul estalando de novo! Nota: a invasão da Reitoria foi promovida por seitas de extrema esquerda. Trotsky ao menos rompeu com a família e passou um tempo morando num quintal de um jardineiro. Os Lênines e Trotskys da USP, da Unirio ou da UnB não abrem mão do conforto. E não cobre nada deles, hein? Dirão que são a favor de Kia Soul para todo mundo!!!

Vocês, estudantes que estudam; vocês, estudantes que trabalham e estudam, vocês todos são reféns de gente que está com a vida ganha e que apenas está a fim de exercer por algum tempo seus hormônios revolucionários. Se eles perderam um ano, tanto faz! Na hora de disputar o mercado de trabalho, não raro, o paizão mobiliza um pistolão e dá uma ajudinha. Já vocês terão de se virar por conta própria.

Mas eles não têm dúvida: os reacionários são vocês!
Mas eles não têm dúvida: os conservadores são vocês!
Mas eles não têm dúvida: os alienados são vocês!

Notem que, em certa medida, eles têm razão. Explico-me. Há mesmo uma “luta de classes” nas universidades públicas: entre os pobres que querem estudar porque precisam construir o futuro e os ricos que querem fazer a revolução porque seu futuro já está garantido por seus respectivos papais reacionários.

Pensem nisso!
Vote, maioria silenciosa da Unirio!
Vote na qualidade do seu curso!
Vote por uma “Unirio Livre” dos burguesotes de extrema esquerda!
E que, de fato, o movimento em favor da liberdade ganhe o país.
Por Reinaldo Azevedo

domingo, 23 de outubro de 2011

A PROVA DE HISTÓRIA DO ENEM

Já candei de repetir sobre o ENEM. Se o aluno sabe ler e não tem QI negativo, resolve sem dificuldade as provas de Ciências Humanas. Nas prova de ontem não foi diferente.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

O Estado Novo em dois vídeos




A Revolução de 30 em dois vídeos

Assistam a esses dois vídeos que considero muito bons como resumo para a avaliação desta quarta-feira.




domingo, 2 de outubro de 2011

Olga virou mito. E Elza?

Não é fácil combater mentiras e mistificações. É mais difícil ainda quando essas mentiras e mistificações são ditas e repetidas por aqueles que querem um mundo melhor, mais justo, sem desigualdades, essas platitudes que embalam os jovens que têm bom coração. Mas o meu papel é apontar o erro, o engano, a mentira, sempre tendo a meu favor, as bibliografias. Abaixo, conheçam uma história que ninguém fala, mas que existiu.

Desde menina, Elvira Cupelo Colônio acostumara-se a ver, em sua casa, os numerosos amigos de seu irmão, Luiz Cupelo Colônio. Nas reuniões de comunistas, fascinava-se com os discursos e com a linguagem complexa daqueles que se diziam ser a salvação do Brasil. Em especial, admirava aquele que parecia ser o chefe e que, de vez em quando, lançava-lhe olhares gulosos, devorando o seu corpo adolescente. Era o próprio Secretário-Geral do Partido Comunista do Brasil (PCB), Antonio Maciel Bonfim, o “Miranda”.

Em 1934, então com 16 anos, Elvira Cupelo tornou-se a amante de “Miranda” e passou a ser conhecida, no Partido, como “Elza Fernandes” ou, simplesmente, como a “garota”. Para Luiz Cupelo, ter sua irmã como amante do secretário-geral era uma honra. Quando ela saiu de casa e foi morar com o amante, Cupelo viu que a chance de subir no Partido havia aumentado.

Entretanto, o fracasso da Intentona, com as prisões e os documentos apreendidos, fez com que os comunistas ficassem acuados e isolados em seus próprios aparelhos.

Nos primeiros dias de janeiro de 1936, “Miranda” e “Elza” foram presos em sua residência, na Avenida Paulo de Frontin, 606, Apto 11, no Rio de Janeiro. Mantidos separados e incomunicáveis, a polícia logo concluiu que a “garota” pouco ou nada poderia acrescentar aos depoimentos de “Miranda” e ao volumoso arquivo apreendido no apartamento do casal. Acrescendo os fatos de ser menor de idade e não poder ser processada, “Elza” foi liberada. Ao sair, conversou com seu amante que lhe disse para ficar na casa de seu amigo, Francisco Furtado Meireles, em Pedra de Guaratiba, aprazível e isolada praia da Zona Oeste do Rio de Janeiro. Recebeu, também, da polícia, autorização para visitá-lo, o que fez por duas vezes.

Em 15 de janeiro, Honório de Freitas Guimarães, um dos dirigentes do PCB, ao telefonar para “Miranda” surpreendeu-se ao ouvir, do outro lado do aparelho, uma voz estranha. Só nesse momento, o Partido tomava ciência de que “Miranda” havia sido preso. Alguns dias depois, a prisão de outros dirigentes aumentou o pânico. Segundo o PCB, havia um traidor. E o maior suspeito era “Miranda”.

As investigações do “Tribunal Vermelho” começaram. Honório descobriu que “Elza” estava hospedada na casa do Meireles, em Pedra de Guaratiba. Soube, também, que ela estava de posse de um bilhete, assinado por “Miranda”, no qual ele pedia aos amigos que auxiliassem a “garota”. Na visão estreita do PCB, o bilhete era forjado pela polícia, com quem “Elza” estaria colaborando. As suspeitas transferiram-se de “Miranda” para a “garota”.

Reuniu-se o “Tribunal Vermelho”, composto por Honório de Freitas Guimarães, Lauro Reginaldo da Rocha, Adelino Deycola dos Santos e José Lage Morales. Luiz Carlos Prestes, escondido em sua casa da Rua Honório, no Méier, já havia decidido pela eliminação sumária da acusada. O “Tribunal” seguiu o parecer do chefe e a “garota” foi condenada à morte. Entretanto, não houve a desejada unanimidade: Morales, com dúvidas, opôs-se à condenação, fazendo com que os demais dirigentes vacilassem em fazer cumprir a sentença. Honório, em 18 de fevereiro, escreveu a Prestes, relatando que o delator poderia ser, na verdade, o “Miranda”.

A reação do “Cavaleiro da Esperança” foi imediata. No dia seguinte, escreveu uma carta aos membros do “Tribunal”, tachando-os de medrosos e exigindo o cumprimento da sentença. Os trechos dessa carta de Prestes, a seguir transcritos, constituem-se num exemplo candente da frieza e da cínica determinação com que os comunistas jogam com a vida humana:

“Fui dolorosamente surpreendido pela falta de resolução e vacilação de vocês. Assim não se pode dirigir o Partido do Proletariado, da classe revolucionária.” … “Por que modificar a decisão a respeito da “garota”? Que tem a ver uma coisa com a outra? Há ou não há traição por parte dela? É ou não é ela perigosíssima ao Partido…?” … “Com plena consciência de minha responsabilidade, desde os primeiros instantes tenho dado a vocês minha opinião quanto ao que fazer com ela. Em minha carta de 16, sou categórico e nada mais tenho a acrescentar…” … “Uma tal linguagem não é digna dos chefes do nosso Partido, porque é a linguagem dos medrosos, incapazes de uma decisão, temerosos ante a responsabilidade. Ou bem que vocês concordam com as medidas extremas e neste caso já as deviam ter resolutamente posto em prática, ou então discordam mas não defendem como devem tal opinião.”

Ante tal intimação e reprimenda, acabaram-se as dúvidas. Lauro Reginaldo da Rocha, um dos “tribunos vermelhos”, respondeu a Prestes:

“Agora, não tenha cuidado que a coisa será feita direitinho, pois a questão do sentimentalismo não existe por aqui. Acima de tudo colocamos os interesses do P.”

Decidida a execução, “Elza” foi levada, por Eduardo Ribeiro Xavier (”Abóbora”), para uma casa da Rua Mauá Bastos, Nº 48-A, na Estrada do Camboatá, onde já se encontravam Honório de Freitas Guimarães (”Milionário”), Adelino Deycola dos Santos (”Tampinha”), Francisco Natividade Lira (”Cabeção”) e Manoel Severino Cavalcanti (”Gaguinho”).

Elza, que gostava dos serviços caseiros, foi fazer café. Ao retornar, Honório pediu-lhe que sentasse ao seu lado. Era o sinal convencionado. Os outros quatro comunistas adentraram à sala e Lira passou-lhe uma corda de 50 centímetros pelo pescoço, iniciando o estrangulamento. Os demais seguravam a “garota”, que se debatia desesperadamente, tentando salvar-se. Poucos minutos depois, o corpo de “Elza”, com os pés juntos à cabeça, quebrado para que ele pudesse ser enfiado num saco, foi enterrado nos fundos da casa. Eduardo Ribeiro Xavier, enojado com o que acabara de presenciar, retorcia-se com crise de vômitos.

Perpetrara-se o hediondo crime, em nome do Partido Comunista.

Poucos dias depois, em 5 de março, Prestes foi preso em seu esconderijo no Méier. Ironicamente, iria passar por angústias semelhantes, quando sua mulher, Olga Benário, foi deportada para a Alemanha nazista.

Alguns anos mais tarde, em 1940, o irmão de “Elza”, Luiz Cupelo Colônio, o mesmo que auxiliara “Miranda” na tentativa de assassinato do “Dino Padeiro”, participou da exumação do cadáver. O bilhete que escreveu a “Miranda”, o amante de sua irmã, retrata alguém que, na própria dor, percebeu a virulência comunista:

“Rio, 17-4-40″
Meu caro Bonfim,
Acabo de assistir à exumação do cadáver de minha irmã Elvira. Reconheci ainda a sua dentadura e seus cabelos. Soube também da confissão que elementos de responsabilidade do PCB fizeram na polícia de que haviam assassinado minha irmã Elvira. Diante disso, renego meu passado revolucionário e encerro as minhas atividades comunistas.
Do teu sempre amigo, Luiz Cupelo Colônio”¹


Concluo esse post com as palavras do jornalista Reinaldo Azevedo:

"Olga também foi assassinada, como sabemos. As duas tiveram uma morte terrível. Uma virou mito. A outra virou pó.

Olga, afinal, era uma mártir do comunismo. Como tal, merece ser reverenciada. Elvira/Elza era só uma coitada do povo, analfabeta, de que a outra foi juíza implacável. Nenhum delas teve direito à defesa. Mas só uma virou heroína. A outra foi para sempre esquecida, como costuma acontecer com as vítimas das esquerdas."²

Notas:

1- Combate nas Trevas, Jacob Gorender, páginas 238 a 243.

2- Reinaldo Azevedo, jornalista.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

AIB X ANL

Vejam os vídeos, vale a pena. Depois comento em outro post.





Os vídeos são propagandísticos, portanto, é preciso dar um desconto à maneira como eles apresentam os movimentos. No post acima, faço um comentário sobre esses dois movimentos de massa tão famosos da Era Vargas.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

A Política Educacional na Era Vargas

A Educação era um tema considerado vital para as pessoas que chegaram ao poder após a Revolução de 1930. O obejtivo era o de formar uma elite mais ampla e intelectualmente mais bem preparada.

Desde a década de 1920, algumas medidas vinham sendo adotadas nas esferas estaduais, mas a partir de 1930, a reforma da Educação passou a ser uma política pública do governo federal. O marco inicial dessa política foi a criação do Ministério da Educação e Saúde, em novembro de 1930.

Alguns historiadores identificam elementos fascistas nas reformas educacionais da Era Vargas. Boris Fausto, porém, pondera que eram medidas mais autoritárias que fascistas. Para tanto ele argumenta: "... o Estado tratou de organizar a educação de cima para baixo, mas sem envolver uma grande mobilização da sociedade; sem promover também uma formação escolar totalitária que abrangesse todos os aspectos do universo cultural"¹.

Dois nomes, ministros da Educação na Era Vargas, foram importantes nessa nova Política Educacional: Francisco Campos e Gustavo Capanema. O último foi ministro de 1934 a 1945 e se empenhou na reforma do ensino secundário e superior.

No ensino superior o governo incentivou a criação de universidades, que seriam dedicadas ao ensino e à pesquisa. Já no ensino secundário a tarefa foi mais abrangente, porque na prática esse nível de ensino sequer existia no Brasil.

Sobre o ensino secundário é importante destacar:

  • a criação de um currículo seriado, dividido em dois ciclos (fundamental e secundário) e a frequência obrigatória;
  • A exigência da conclusão do ensino secundário para o ingresso no ensino superior;
  • O ciclo fundamental seria de 5 anos e o secundário de dois anos

Havia dois grupos de educadores na década de 1930: os católicos e os liberais. De forma geral, Vargas inclinou-se mais para os primeiros. Uma prova disso é que na Era Vargas o ensino religioso nas escolas públicas e privadas foi estabelecido e as escolas privadas católicas receberam subvenções do governo.

Considerando o ponto de onde se partiu a educação no Brasil, podemos dizer que as reformas educacionais da Era Vargas, ainda que a qualidade do ensino fosse precária para a maioria dos brasileiros, as reformas tiveram um impacto muito positivo na educação do país.

1- Boris Fausto, História do Brasil, página 337,

A Política Trabalhista na Era Vargas*


Em 1930, um golpe desferido pelas forças políticas derrotadas nas eleições presidenciais daquele ano, sepultou a República Velha e deu início ao período que os historiadores denominaram de Era Vargas. A partir de então, o Brasil mudou.

Muito se discute sobre o alcance e mesmo a intensidade das transformações que ocorreram no país entre os anos de 1930 e 1945. Um fato, porém, é inescapável: grandes ou pequenas, profundas ou supreficiais, as transformações passaram por uma mesma pessoa: Getúlio Vargas. Segundo Boris Fausto, Vargas representou, nos 15 anos em que foi presidente do Brasil, a modernização do país e a centralização política. Nesse post meu objetivo é comentar a política trabalhista da Era Vargas.

A Política Trabalhista.

Nos longos 15 anos de governo da Era Vargas, a Política trabalhista, passou por diversas fases, mas em todas elas o governo buscou alcançar dois objetivos:

1- Reprimir as organizações de esquerda que queriam organizar a classe trabalhadora, sobretudo os militantes do PCB que procuravam atuar nos sindicatos;

2- Atrair a classe trabalhadora para o apoio ao governo, através de mecanismos jurídicos e leis que garantiam direitos aos trabalhadores.

Uma das primeiras medidas de Vargas, ainda na fase do Governo Provisório, foi a criação do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio; em seguida, vieram as leis que protegiam os trabalhadores; as leis que enquadravam os sindicatos; que perderam a sua autonomia, e, por fim, a criação órgãos cuja função seria o de arbitrar conflitos entre patrões e empregados, como as Juntas de Conciliação e Julgamento.

Entre as primeiras leis de proteção ao trabalhador podemos destacar aquelas que regulamentavam o trabalho das mulheres e dos menores, que concedia o direito a férias e que limitava em oito horas diárias a jornada normal de trabalho.

Para enquadrar os sindicatos, isto é, controlá-los, tirando-lhes a autonomia, o governo Vargas, em 1931, reconheceu o direito que os trabalhadores e os empresários tinham de formar organizações sindicais, mas era sobretudo os sindicatos dos trabalhadores que interessavam ao governo.

O decreto 19770, determinava que cada categoria profissional só poderia ter um sindicato - o princípio da unidade sindical - além disso, a sindicalização não seria obrigatória e o governo tinha o direito de participar das assembleias e poderia, sempre que achasse conveniente, fechar os sindicatos. Portanto, as primeiras organizações sindicais legalizadas no Brasil estavam à mercê da boa vontade do governo.

É importante considerar que a Política Trabalhista da Era Vargas não decorreu de pressões sociais, seja do empresariado, seja dos trabalhadores; mas da decisão unilateral do governo. Se algumas leis que protegiam os trabalhadores eram antigas reivindicações dos sindicatos anarquistas e comunistas das décadas anteriores, elas só viraram realidade porque o governo decidiu adotá-las com o objetivo claro de controlar os trabalhadores. Em outras palavras, o governo deixava claro que aquelas leis eram antes benesses do governo que direitos dos trabalhadores ou fruto das reivindicações dos sindicatos.

Finalmente, podemos concluir que a legislação trabalhista da Era Vargas, em que pese a oposição das organizações trabalhistas de esquerda que não aceitavaM a intromissão do governo nos sindicatos; e a resistência do empresariado em conceder direitos aos trabalhadores, especialmente o direito a férias; acabou se impondo. A consequência disso foi o desaparecimento, na década de 30, do sindicato autônomo.

Fonte: História do Brasil; Boris Fausto; páginas 335 e 336.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Dois vídeos sobre os ataques atômicos ao Japão.

Abaixo, uma matéria de 2005 do programa Fantástico da TV Globo, sobre os 60 anos dos ataques nucleares contra o Japão. Vale a pena conferir o vídeo porque além de informações históricas há muitas informações técnicas sobre o funcionamento do artefato nuclear.







Abaixo, as duas primeiras partes do documentário do Discovery Channel, Hiroshima. O documentário, em português, revela toda a história da Bomba e do ataque atômico a Hiroshima.







Clique aqui e saiba mais sobre o ataque nuclear a Hiroxima.

A Bomba! Hiroxima e o ataque atômico.

Hiroxima: 150 mil mortos



Nagasaki: 50 mil mortos


Hiroxima ardia, consumida pelo fogo e contaminada pela radiação, quando aviões americanos lançaram sobre as cidades japonesas um curto panfleto aterrador. Sua principa passagem dizia:

Possuímos o explosivo mais destruidor já idealizado pela humanidade. Uma única de nossas recém-desenvolvidas bombas atômicas é, na verdade, o equivalente em poder explosivo ao que podem transportar dois mil de nossos gigantescos B-29 numa só missão. Esse fato terrível deve ser ponderado por vocês, e nós asseguramos, solenemente, que ele é cruelmente preciso. Começamos a usar tal arma contra a sua terra natal. Se vocês têm alguma dúvida, investiguem o que aconteceu a Hiroxima quando apenas uma bomba atômica caiu sobre a cidade¹

"Litle Boy" caiu sobre Hiroxima a 6 de agosto de 1945. "Fat Man" caiu sobre Nagasaki três dias depois. No instante das detonações, o clarão da explosão emitiu uma radiação de calor que se deslocou à velocidade da luz. As pessoas que se encontravam em lugares abertos foram extensivamente queimadas: a pele carbonizou-se em tons marrom-escuro ou preto e elas pereceram depois de minutos e ou horas. A radiação térmica se deslocou em linha reta, como a luz, de modo que as áreas queimadas corresponderam à exposição direta a ela. Indivíduos que estavam no interior de edifícios e casas experimentaram queimaduras nas partes expostas através das janelas. Um homem que escrevia diante de uma janela teve as mãos completamente carbonizadas mas, devido ao ângulo de entrada da radiação, seu pescoço e sua face sofreram apenas queimaduras superficiais.

Sob os cogumelos atômicos, morreram no dia dos bombardeios algo em torno de 150 mil pessoas. Quatro meses depois, como efeito da radiação e das queimaduras, o saldo de mortes havia dobrado. O panfleto lançado sobre as cidades japonesas incentivava a população a pedir ao imperador que encerrase a guerra: "Nosso presidente delineou para vocês as 13 consequências de uma rendição honrosa." Os representantes do Japão assinaram, a 2 de setembro, a bordo do USS Missouri, o Instrumento de Rendição. "Nós, por este, proclamamos a rendição incondicional aos Poderes Aliados do Quartel-General imperial japonês e de todas as forças armadas japonesas e das forças armadas sob controle japonês, onde quer que estejam situadas".

Um símbolo de rendição incondicional: eis o primeiro significado de Hiroxima.


NOITE NUCLEAR.



"Por que já é noite? Por que a nossa casa caiu? O que aconteceu?". A sra. Nakamura não tinha as respostas para as insistentes perguntas de Myeko, sua filha de cinco anos. Naquela hora da manhã de 6 de agosto de 1945, os sobreviventes de Hiroxima não sabia o que os atingira e apenas começavam a vislumbrar a extensão do desastre. Nakamura acabara de retirar seus filhos pequenos dos escombros e retornara ao interior da casa destruída para encontrar agasalhos. A manhã de verão deveria ser quente, mas fazia um frio inexplicável e a cidade estava coberta por uma névoa úmida e escura. Ninguém ouvira o ruído característico das esquadrilhas de bombardeiros B-29, mas tudo era um monte de ruínas, até onde a nossa vista alcançava. Nas horas seguintes, em meio ao caos, os sobreviventes descobriram que eram as testemunhas da inauguração da era nuclear.

Fonte: O Mundo em Desordem; Demétrio Magnoli e Elaine Senise Barbosa; Páginas 421-422 e 425.


O Holocausto



Vejam o vídeo abaixo...








Clique aqui e conheça um pouco mais sobre o extermínio dos judeus na II Guerra Mundial.

Leiam abaixo um trecho do livro Ouvintes Alemães, Discursos contra Hitler, do escritor alemão Thomas Mann

"Você que está me ouvindo conhece Maidaneck, perto de Lublin, na Polônia, um campo de extermínio de Hitler? Não era um campo de concentração, mas um gigantesco estabelecimento de assassinato. Lá existe um grande prédio de pedra com uma chaminé de fábrica, o maior crematório do mundo. (...) Mais de meio milhão de europeus, homens, mulheres e crianças foram envenenados com cloro e depois queimados, 1400 por dia. A fábrica da morte funcionava dia e noite; suas chaminés nunca deixavam de soltar fumaça. Já tinham começado a fazer uma ampliação... A instituição suíça de ajuda aos refugiados sabe mais detalhes. Seus delegados viram os campos de Auschuwitz e Birkenau. Viram o que nenhum ser humano com sentimentos pode acreditar se não vir com os próprios olhos: ossos humanos, barris de cal, encanamentos de gás e crematórios; além disso, as pilhas de roupas e sapatos tirados das vítimas, muitos sapatos pequenos, sapatos de criança, se é que vocês, compatriotas alemães, e vocês, mulheres alemãs, querem continuar ouvindo. De 15 de abril de 1942 a 15 de abril de 1944, apenas nesses dois estabelecimentos alemães foram mortos 1.715.000 judeus. De onde tiro os números? Pois seus soldados faziam a contabilidade, com aquele senso de ordem alemão! Foram encontrados os registros das mortes; além disso, milhares de passaportes e documentos pessoais de não menos que 22 nacionalidades europeias. Esses monstros tambem tinham livros com os registros de ossos pulverizados, o adubo produzido nessas fábricas. Pois os restos dos cremados eram moídos e pulverizados, empacotados e enviados à Alemanha para a fertilização do solo alemão."

Fonte: Ouvintes alemães! Discursos contra Hitler (1940 - 1945) Páginas 191 e 192

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

gabarito da prova objetiva II Trimestre


31


E


32


E


33


E


34


C


35


C


36


C


37


C


38


E


39


C


40*


C


41


E


42


C


43


C


44


C


45


E


46


C


47


C


48


C


49


C


50


E


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C


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C


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E


54


C


55


C


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C


*O item 40, por questão de ambiguidade, foi anulado.


O gabarito do item 35 está mantido.


Aqui há a referência que comprova a veracidade do item 35


Aqui mais outra referência


sábado, 18 de junho de 2011

FHC, os 80 anos do homem que domou a inflação.


Abaixo, matéria em O Globo, que deve ser lida como um importante registro histórico.

80 anos

Mentores do Plano Real falam sobre o legado de Fernando Henrique Cardoso

RIO - Hiperinflação, estoque de alimentos, remarcação de preços em supermercados. Antes do Plano Real, essas eram algumas das situações presenciadas pelo cidadão comum. Em março de 1990, a inflação chegara a 84%. Em 1993, um pouco antes da criação do Cruzeiro Real - a nona moeda corrente do país - a inflação atingira a marca de 30% ao mês. Posto em prática no governo Itamar Franco, o plano que estabilizou a economia foi organizado pelo então ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, que neste sábado completa 80 anos. Dois dos economistas que o ajudaram nesta empreitada falaram ao GLOBO sobre o aniversariante e a conquista da estabilidade.

O economista Edmar Bacha, professor da PUC-Rio, um dos formuladores do Plano Real e amigo de Fernando Henrique desde a época em que o ex-presidente vivia no exílio, conta que ele teve papel decisivo na história do país.

- Mudou a cara do Brasil. O Real não teria acontecido sem ele. Ele foi a peça central, convocou e montou o grupo que formulou o plano. A liderança dele, também como político, foi essencial. Os historiadores tentam pensar o papel do indivíduo na história. É difícil imaginar se ele não estivesse ali, naquele momento. Poderíamos até pintar um quadro sombrio - disse ele, que também analisou o contexto da época: - Sabe-se lá o que aconteceria se o Fernando Henrique não estivesse ali, naquela hora. Nós estávamos ali e precisávamos de apoio da população. Mas as condições políticas eram muito ruins. Esse planos normalmente são feitos em primeiro mandato. O governo veio de um impeachment, com o Collor. Era uma situação "entre a cruz e a espada", podemos dizer assim, que deixava os economistas muito ansiosos.

Gustavo Franco também participou da equipe econômica que elaborou o Plano Real e foi presidente do Banco Central. Ele falou sobre a importância do legado dos dois mandatos de Fernando Henrique e da sua atuação no Ministério da Fazenda:

- O Plano Real teve importância central. A inflação era a síntese de muitas doenças e, embora o Plano Real seja uma senha de um empreendimento que se desdobra em muitos outros, ele é o fio condutor do esforço todo. No momento que ele se esgota, as agendas que se seguem são todas elas pautadas pelo que o Real começou. A estabilidade como o ordenador da economia, que por sua vez proporciona direta e indiretamente justiça social e melhora o padrão de vida do brasileiro - disse, para depois falar da conquista pessoal de FH: - O Plano Real tem importância central no governo Fernando Henrique e isso ninguém vai tirar dele, nunca

Franco acredita que nenhum passo dado pelo governo, à época, foi fácil. Quando perguntado se o fantasma da inflação rondava os economistas mesmo depois das primeiras medidas para o ajuste da economia, ele disse:

- Todo o processo foi cercado de riscos. Nada foi fácil. Portanto, foi graças à habilidade política, à liderança (de FH) e com sorte, circunstância e planejamento. Não foi nada fácil.

Para Edmar Bacha, o país será, daqui a 50 anos, divido entre antes e depois do Plano Real pelos historiadores. Gustavo Franco, por sua vez, afirma que houve um "renascimento da economia".

- É um legado extraordinário, que não se resume somente ao fim da hiperinflação. É preciso ter clareza que a hiperinflação refletia uma porção de caminhos errados que o país vinha trilhando há muitos anos. E terminar com a hiperinflação requereu reformar vastas áreas da administração pública e redefinir muita coisa no âmbito da economia. Em última instância, eu acho que o que ele começou ali é quase que um renascimento da economia do país, que agora, em boa medida, tem o seu dinamismo ali iniciado - disse Gustavo Franco.

A maneira de lidar de FH

Os dois traçam um perfil parecido da personalidade de FH, enaltecendo o bom humor e a "ironia fina" do ex-presidente.

- É uma pessoa de um trato magnífico. Deixa as pessoas à vontade e consegue desarmar os espíritos; tem uma ironia fina e um senso de realidade muito aguçado. Ele leva as coisas muito a sério, mas sem o 'rei na barriga'. E leva tudo com muita leveza - elogiou Edmar Bacha.

O ex-presidente também ficou marcado por muitas das pessoas que trabalharam com ele como uma figura que surpreende pelo carisma.

- Seja na substância, seja no humor, ele não cansa de impressionar as pessoas que trabalham com ele. Não importa quantos anos você conviva, sempre é uma surpresa agradável, da qual você nunca se cansa e para de se surpreender pelo lado do seu carisma, da sua inteligência. É uma pessoa muito especial, além de ser extremamente bem preparado e eticamente impecável no comportamento - diz Gustavo Franco.



quarta-feira, 15 de junho de 2011

Um exemplo de totalitarismo.


Jovens passeiam em Teerã - Foto: / AFP

Leiam a notícia, volto em seguida.

Irã proíbe homens de usar colares

TEERÃ - Depois de, no ano passado, determinar uma relação de acessórios proibidos nas universidades e estabelecer os tipos cortes de cabelo permitidos no país, o governo do Irã decidiu acrescentar um item à lista de ameaças à sociedade: colares. Segundo a agência estatal Irna, estão proibidos, a partir de agora, que homens usem o adereço - considerado não islâmico.

Os cerca de 70 mil homens da chamada Polícia da Moral estão nas ruas de grandes cidades como Teerã em busca de infratores para conter o que o governo dos aiatolás considera "uma invasão vulgar do Ocidente". A determinação controversa ocorre poucos dias depois de o Parlamento receber um projeto de lei criminalizando a posse de cachorros, considerados "um problema cultural".

- A garantia dos planos de segurança morais foi pedida pela nação e vai continuar até que as preocupações do povo sejam devidamente tratadas - afirmou o vice-comandante da polícia iraniana, Ahmadreza Radan.

Tradicionalmente, cachorros não são bem vistos na cultura muçulmana - que os considera sujos. Poucos iranianos mantêm animais de estimação, mas não é raro vê-los entre as classes mais abastadas, sobretudo na região ao norte de Teerã. Os cães aliás, já vinham sendo alvo de uma campanha desde o ano passado, quando o aiatolá Makarem Shirazi, um proeminente clérigo, decreto uma fatwa contra o melhor amigo do homem.

Nesta terça-feira, o líder supremo do país, aiatolá Ali Khamenei, reiterou as mudanças em um encontro com líderes do Conselho Supremo da Revolução Cultural. Segundo ele, a cultura define a identidade da nação, e é papel da entidade combater "a complicada ofensiva cultural do mundo arrogante".

- Se um país parece avançado, mas sofre de uma cultura imoral e aspectos espirituais (imorais) é uma nação corrupta - advertiu o aiatolá, citado pela agência estatal estudantil Isna. Fonte: O Globo - 14/06/2011.

Link
Voltei.

Uma diferença fundamental entre um regime totalitário e um regime autoritário é que no primeiro caso o Estado se imiscue em todos os setores da sociedade, até nos mais privados, como o tipo de uma roupa ou um corte de cabelo, por exemplo.

Exemplos de interferência do Estado na vida privada dos cidadãos caracterizaram, nas décadas de 1920 e 1930, os regimes fascistas e comunistas no mundo. Voltarei ao tema, no mesmo post, uma outra hora.


Mein Kampf





Número de inscritos no Partido Nacional-Socialista

O livro Mein Kampf foi escrito por Hitler enquanto ele esteve na prisão após o fracasso do putsch de Munique, em 1923, quando os nazistas, então um grupo bastante inexpressivo, tentaram derrubar o governo da República de Weimar. Condenado à prisão, Hitler dedicou-se a escrever o que ficou conhecido como a Bíblia do Nazismo.

No livro, Adolf Hitler expõe de maneira geral o programa do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães. Nele está presente o antissemitismo, o nacionalismo extremista, o anticomunismo, a ideia do espaço vital, o culto à violência como uma virtude, o desprezo pelos valores liberais, tanto em política quanto em economia.

Até à Crise de 29, os nazistas eram, do ponto do vista eleitoral, um partido sem grande ressonância na sociedade alemã. Mas os efeitos da Grande Depressão no país, que provocou um desemprego em massa, fez com que muitos trabalhadores desempregados buscassem nas propostas do partido nazista, que prometiam tirar a Alemanha do atoleiro econômico, uma alternativa política. É verdade que nos anos de 1929 a 1933 os partidos de esquerda, comunistas e social-democratas, também cresceram, mas nenhum tanto quanto os nazistas. Além disso, a esquerda na Alemanha estava desunida o que aumentava o cacife político dos nazi. Tanto que, em janeiro de 1933, Hitler é escolhido primeiro-ministro (chanceler) do governo alemão. Poucos dias depois o misterioso incêndio no Reichstag (parlamento alemão) cuja culpa recaiu sobre os comunistas (uma grande mentira, mas que os nazistas souberam explorar politicamente) Hitler começou a implantar sua ditadura assassina.

A morte do presidente Hindenburg em 1933, deu a Hitler a chance de acumular as duas funções, a de presidente e a de chanceler, tornando-se o führer, o líder máximo da Alemanha. O caminho estava aberto para as atrocidades nazistas. Vejam, abaixo, um gráfico e uma tabela que mostram o desempenho eleitoral dos partidos políticos na Alemanha, antes da ascensão do nazismo ao poder.