segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Texto em PDF e obrigado, Fernanda!





A aluna Fernanda, da 304, num gesto de grande gentileza, encontrou para nós, em formato PDF, o capítulo primeiro do livro Memórias da Segunda Guerra Mundial, de Winston Churchill. Esse capítulo é o texto de referência para a realização do estudo dirigido que está no site da escola. Portanto, quem achar melhor ler o capítulo pelo computador pode acessá-lo clicando aqui.

Atualização: 18:31

Queridos, vejam esta animação aqui sobre o efeito dominó que levou as potências europeias à guerra entre 1914 e 1918. A narração é em inglês, quem se dispuser a traduzir, ótimo! Mesmo assim e apesar disso, as imagens falam por si. Vale a pena!

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Sua formação é tudo!!!

Dando uma pausa nos conteúdos, quero destacar um trecho da entrevista que o dono da Livraria Cultura concedeu à Folha on Line. Antes, para o meu gáudio e contentamento, o senhor Pedro Herz informa que Brasília receberá mais uma unidade da Livraria Cultura em abril ou maio deste ano.

Meus queridos, vocês que estão próximos a ingressar no ensino superior precisam ler com atenção o trecho abaixo. O que ele fala é muito sério e deve servir para uma profunda reflexão. Um diploma universitário por si só é pífio se não for acompanhado por uma boa formação geral.

Muitos ficam indignados comigo quando digo que aprender história não serve para nada. Você não vai ficar mais rico ou mais importante porque aprendeu história, mas se você aprendeu, com certeza vai passar a exibir uma cultura geral sólida e poderá enxergar o mundo longe das lentes do senso comum.

Há muito tempo, lá no século XIX, Castro Alves escreveu um poema chamado O Livro e a América. Nesse poema há um verso famoso que diz:

Oh! Bendito o que semeia
Livros... livros à mão cheia...
E manda o povo pensar!

Leiam, meus caros! Leiam!

Abaixo o trecho da entrevista que quero destacar. A íntegra aqui.

Folha - O sr. vê algum novo nicho a ameaçar as vendas de livros nas livrarias?

Herz - A grande ameaça que existe é a não-formação de novos leitores. As famílias [ricas] que tinham cinco filhos há um século, hoje ou não têm nenhum ou têm um, no máximo dois. O número de leitores cresce pouco, se é que cresce. Se você pegar o universo da classe D, esse pai não tem orgulho nenhum do que faz, nem a mãe. Então a compra de um lápis significa para ele um investimento na educação de um filho. Acho isso extremamente bacana, é um raciocínio válido, mas sabemos que é insuficiente. O apagão do ensino taí, a dificuldade que temos de admitir gente é homérica. A gente aplica testes básicos dos básico de conhecimentos gerais razoáveis. A gente quer que o candidato leia jornais, uma revista, que seja atualizado. Você pergunta para ele quem escreveu "Dom Casmurro", metade levante e vai embora. E são todos universitários formados. E não sou o único que tem esse tipo de problema. Falei com outros empresários, de outras áreas, que têm exatamente o mesmo problema. Gente que não encontra engenheiros, que não encontra médicos. Veja o resultado do Enem. Está difícil acreditar. Esse crescimento anunciado é sustentado? Ou é um momento de paternalismo que está aí? Estou procurando gente [para as lojas] no Nordeste, tem gente que não quer ser registrada. Perguntamos por que, e dizem: "Ah, porque eu recebo a Bolsa [Família], minha mulher recebe a Bolsa. E a população cresce nesses lugares do Nordeste. E gente esclarecida que pode ter filhos está tendo cada vez menos, se é que está tendo. Conheço casais de amigos, leitores, muito bem casados, felizes, que preferiram não ter filhos.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Explicações.


Caríssimos,

Como sói acontecer em dias de folia momesca, descobri, para o meu desencanto, que a minha senha não consegue acessar o sistema da escola; e que, por isso, não pude dispor na internet o exercício de revisão sobre a I Guerra Mundial. Até pensei em colocá-lo aqui no blog, mas a configuração ficaria esquisita. De qualquer modo, amanhã, na escola, vou resolver pela segunda vez o problema, e assim, cumprir, o prometido.

Abaixo, vocês podem conferir os 14 Pontos de Wilson.

OS 14 PONTOS DE WILSON




Presidente Thomas Woodrow Wilson (1912-1921)



"Os 14 pontos foram apresentados em 8 de janeiro de 1918 ao Congresso dos EUA, que o rejeitou, sob a forte influência do isolacionismo na política externa americana. A rejeição deixou os EUA de fora da Liga --que anos mais tarde falhou em evitar a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Depois das complexas negociações entre as nações vencedoras e aliadas, que envolveram discussões sobre a retomada de terras dominadas e conflitos anteriores à Primeira Guerra, uma versão reformulada do tratado de 14 pontos foi aprovada.

Um mês depois, em 28 de junho de 1919, em Paris, o estatuto da Liga das Nações foi assinado como parte do Tratado de Versalhes, que definiu as cláusulas do fim da guerra. A primeira assembléia geral da Liga foi realizada em 15 de novembro de 1920, na neutra Genebra.

Conheça os 14 pontos da proposta de paz de Woodrow Wilson:


1) Inaugurar pactos de paz, depois dos quais não deverá haver acordos diplomáticos secretos, mas sim diplomacia franca e sob os olhos públicos;

2) Liberdade absoluta de navegação nos mares e águas fora do território nacional, tanto na paz quanto na guerra, com exceção dos mares fechados completamente ou em parte por ação internacional em cumprimento de pactos internacionais;

3) Abolição, na medida do possível, de todas as barreiras econômicas entre os países e o estabelecimento de uma igualdade das condições de comércio entre todas as nações que consentem com a paz e com a associação multilateral;

4) Garantias adequadas da redução dos armamentos nacionais até o menor nível necessário para garantir a segurança nacional;

5) Um reajuste livre, aberto e absolutamente imparcial da política colonialista, baseado na observação estrita do princípio de que a soberania dos interesses das populações colonizadas deve ter o mesmo peso dos pedidos equiparáveis das nações colonizadoras;

6) Retirada dos Exércitos do território russo e solução de todas as questões envolvendo a Rússia, visando assegurar melhor cooperação com outras nações do mundo. O tratamento dispensado à Rússia por suas nações irmãs será o teste de sua boa vontade, da compreensão de suas necessidades como distintas de seus próprios interesses e de sua simpatia inteligente e altruísta;

7) Bélgica, o mundo inteiro concordará, precisa ser restaurada, sem qualquer tentativa de limitar sua soberania a qual ela tem direito assim como as outras nações livres;

8) Todo território francês deve ser libertado e as partes invadidas restauradas. O mal feito à França pela Prússia, em 1871, na questão da Alsácia e Lorena, deve ser desfeito para que a paz possa ser garantida mais uma vez, no interesse de todos;

9) Reajuste das fronteiras italianas, respeitando linhas reconhecidas de nacionalidade;

10) Reconhecimento do direito ao desenvolvimento autônomo dos povos da Áustria-Hungria, cujo lugar entre as nações queremos ver assegurado e salvaguardado;

11) Retirada das tropas estrangeiras da Romênia, da Sérvia e de Montenegro, restauração dos territórios invadidos e o direito de acesso ao mar para a Sérvia;

12) Reconhecimento da autonomia da parte da Turquia dentro do Império Otomano e a abertura permanente do estreito de Dardanelos como passagem livre aos navios e ao comércio de todas as nações, sob garantias internacionais;

13) Independência da Polônia, incluindo os territórios habitados por população polonesa, que devem ter acesso seguro e livre ao mar;

14) Criação de uma associação geral sob pactos específicos para o propósito de fornecer garantias mútuas de independência política e integridade territorial dos grandes e pequenos Estados.

Fonte: Folha on line

PS: clique aqui e saiba um pouco mais sobre as razões da entrada dos Estados Unidos na I Guerra Mundial, inclusive sobre os ataques dos submarinos alemães a navios norte-americanos.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

As tensões na África antes da I Guerra Mundial



Foto de satélite do Canal de Suez, cortesia NASA.


Alguns alunos me pediram para que expusesse aqui um breve resumo sobre a Questão de Suez, a Questão Marroquina e a Guerra dos Bôeres. Espero atender às expectativas de vocês.

A QUESTÃO DE SUEZ.

A construção do canal de Suez, na segunda metade do século XIX (1859 -1869), foi uma das grandes realizações de engenharia da época. O canal, construído por uma empresa francesa, tinha como objetivo encurtar as viagens entre o oriente e a Europa, permitindo que as embarcações entrassem pelo mar Vermelho e através do canal passassem para o mar Mediterrâneo; evitando, assim, o longo trajeto que se fazia anteriormente, isto é, atravessando o oceando índico em direção ao atlântico, pelo sul da África, até chegar a Europa.

Houve, desde o princípio, um acordo de que não deveria existir restrição a embarcações de quaisquer países que desejassem passar pelo canal. Contudo, o aumento das tensões diplomáticas entre as potências europeias no final do séculoXIX e início do século XX, obrigou que as potências assinassem compromissos claros para garantir a livre circulação das embarcações. Durante a I Guerra, a Inglaterra que passara a controlar o canal, fechou-o para as nações inimigas.

Desde a inauguração do canal, em 17 de novembro de 1869, o mesmo era controlado pela França e pelo Egito. Contudo, em 1875, o governo inglês comprou do país africano a participação acionária, passando a dividir com a França a administração do canal de Suez. Tal situação gerou uma série de desentendimentos entre as duas potências que só foram solucionados em 1904, quando foi assinado um acordo entre os dois países. Em troca do apoio inglês na conquista do Marrocos, a França abandonaria o Egito, deixando o canal para os ingleses.¹


QUESTÃO MARROQUINA
²

Em 1911, a Alemanha partiu para a ofensiva, colocando fim aos anos de hesitação e discrição política. O envio do navio de guerra Pantera a Agadir, no Marrocos, e a conseqüente ocupação da cidade por tropas alemãs foram planejados como uma garantia do lado alemão frente a futuras negociações entre a França e a Inglaterra.

A Convenção de Madri, em 1880, havia assegurado ao sultanato a independência do país. Apesar disso, o Marrocos continuou a ser pelos anos que se seguiram o pomo da discórdia entre as potências européias, em razão das suas ricas reservas naturais.

Também o Império alemão mantinha intensas relações comerciais com o Marrocos. Para a Alemanha, as desavenças entre as potências coloniais França e Inglaterra, em relação à região, vinham até mesmo a calhar. Berlim apresentava-se, de certa forma, como o terceiro envolvido que tirava proveito da questão, enquanto Londres e Paris defrontavam-se com desconfiança mútua, não apenas por causa da questão marroquina.

Essa situação mudou a partir de 1904, após a assinatura da entente cordiale entre a França e a Inglaterra. Nesse acordo, ficaram esclarecidas várias desavenças entre os dois países com relação a diversos territórios espalhados pelo mundo.

O principal ponto do acordo dizia respeito à divisão do norte da África: o Egito foi posto na esfera de interesses de Londres, e Marrocos, na de Paris. Falava-se na época de uma "penetração pacífica" nessas regiões. A Alemanha, por sua vez, viu suas relações comerciais ameaçadas pelo pacto franco-inglês.

Prova de fogo

A primeira crise do Marrocos chegou ao ápice no ano de 1905, quando o imperador Guilherme 2º decidiu viajar a Tânger, com o objetivo de colocar à prova o acordo entre a França e a Inglaterra. O imperador alemão foi recebido com todas as honrarias e fez uma declaração que aludia claramente ao papel da França: "Espero que, sob o domínio do sultão, um Marrocos livre e soberano abra-se para uma concorrência pacífica entre todas as potências européias".

Enquanto isso, na França, disseminavam-se os protestos de indignação. Em Londres e Paris, cogitou-se até mesmo uma intervenção militar contra a Alemanha. O Império Alemão, no entanto, conseguiu impor a sua exigência de uma conferência internacional que discutisse o assunto.

Com ela, a França deveria sentir-se isolada no cenário político e forçada a abandonar a entente. Entretanto, a conferência realizada em abril de 1906 em Algeciras, no sul da Espanha, acabou por provar o contrário: foi a Alemanha que saiu isolada do conflito. Em caso de uma guerra envolvendo o Marrocos, apenas o Império Austro-húngaro estaria do lado dos alemães.

A entente cordiale saiu fortalecida da conferência. Entre outras resoluções, ficou estabelecido que a vigilância policial dos portos marroquinos ficaria a cargo da França e da Espanha. As relações franco-alemãs continuavam estremecidas.

Em 1911, o conflito agravou-se ainda mais com a ocupação da cidade marroquina Fès por tropas francesas. A cidade, sede da monarquia, tornou-se um foco de agitações e tumultos. A independência do Marrocos, assim como tinha sido sublinhada pela Convenção de Algeciras, mostrava ser apenas uma farsa.

O imperador Guilherme 2º comentou, após a ocupação francesa: "A questão miserável do Marrocos tem que ser encerrada rápida e definitivamente. Não há nada mais a fazer, o país vai tornar-se francês. A solução é, então, abandonar o conflito de cabeça erguida".

A barganha

No Ministério alemão das Relações Exteriores, cogitou-se uma troca: Berlim abdicaria de seus interesses no Marrocos e ganharia, com isso, o Congo francês. Para dar força a essa exigência, o navio de guerra Pantera aportou em Agadir, provocando uma verdadeira crise.

A Europa encontrava-se à beira de uma guerra, em função da escalada na crise do Marrocos. França e Inglaterra, parceiros da entente cordiale, uniam-se cada vez mais. Os dois países estavam dispostos a tudo, menos a ceder à pressão alemã.

No final do conflito, Berlim teve de satisfazer-se com um mínimo de exigências. Uma parte do Congo francês, com a superfície de 263 mil km², foi transferida para o Império Alemão em 4 de novembro de 1911.

Em troca, Berlim teve de abrir mão de parte de Camarões, então sua colônia. Um fiasco para a política alemã. As relações entre a França e a Alemanha continuaram estremecidas e trouxeram principalmente uma conseqüência: um desenrolar contínuo da espiral da política armamentista na Europa.

A GUERRA DOS BÔERES (1899-1902)

Os bôeres ou africâners eram os descendentes de holandeses, nascidos na África, e que lutavam por autonomia política em relação aos ingleses que dominavam o sul do continente africano. Em 1852 e 1853, os bôeres tiveram as suas repúblicas, a do Orange e a do Transvaal, reconhecidas como autônomas em relação ao império britânico que dominava a região mais ao sul da África. (Veja o mapa abaixo)



No entanto, as descobertas de minas de ouro e diamantes nas terras bôeres fez o governo britânico mudar sua política em relação a esses colonos e aos nativos, passando a anexar territórios com o uso da força.

Ciosos de sua autonomia, os bôeres travaram uma guerra com os britânicos entre 1877 e 1881 (I Guerra dos Bôeres) e evitaram, nesse momento, a anexação, mantendo a autonomia de suas repúblicas. Contudo, a pressão inglesa voltou a ficar forte no final do século XIX, ocorrendo um novo conflito entre 1899 e 1902 (II Guerra dos Bôeres), dessa vez com a vitória inglesa que acabou transformando as repúblicas do Orange e do Transvaal em colônias britânicas formando assim a União Sul-africana.³

É fundamental entender que as tensões que envolveram as potências européias no continente africano no final do século XIX e início do século XX evidenciam a disputa por territórios - o que na prática significava acesso a minérios, matéria-prima e outras riquezas indispensáveis às potências, além da reserva de mercado que tais colonias se tornariam para esses países. Também é importante ressaltar que as desconfianças mútuas e as animosidades entre as potências intensificaram-se diante dessas disputas por colônias na África.


Notas:

1 - O trecho foi retirado do livro Viver a História, Cláudio Vicentino, editora scipione, pág 197.

2 - Toda a informação contida no post sobre a Questão Marroquina foi retirada deste site. Decidi utilizá-lo na íntegra porque está muito bem explicado.

3 - A informação sobre a Guerra dos Bôeres teve como base as informações deste site.



sábado, 6 de fevereiro de 2010

A Primeira Guerra Mundial





Imagine que você, meu caro estudante, pudesse nesse exato momento entrar numa máquina do tempo e voltar aos tumultuosos e tensos dias que antecederam à eclosão da I Guerra Mundial. Imagine que você pudesse, em primeira mão, ouvir de um dos terroristas que participaram do plano para assassinar o arquiduque Francisco Ferdinando, como o atentado foi planejado e executado. Acha pouco? Tem mais. Imagine que, como num passe de mágica, nessa viagem ao passado, você pudesse acompanhar em tempo real os longos e desoladores anos desse conflito que ceifou a vida de tantos jovens na Europa. Pois tudo isso é possível. Para tanto, meu querido aluno, basta que você tenha imaginação, um computador e acesso a internet.

Os links abaixo o levarão a uma viagem dividida em quatro etapas, cada uma correspondendo aos anos de guerra. Vale a pena conferir e aprender um pouco mais sobre esse conflito que mudou a configuração geopolítica da Europa, deu início ao ocaso da hegemonia européia no mundo e elevou os Estados Unidos da América ao status de grande potência.

A Grande Guerra

A luta em Galípoli

A Batalha do Somme

Os EUA estão na Luta

No primeiro link peço atenção para as seguintes matérias: O estopim e a explosão; "Morte ao Tirano" e As alianças

O conteúdo completo dos anos do conflito é fascinante e vale a pena deter-se com mais vagar nas matérias.

Então, meu caro estudante, disposto?

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

I Guerra Mundial - antecedentes 2


O mapa que inicia o post ilustra a extensão máxima do outrora poderoso e ameaçador império turco-otomano. Observe que os domínos dos turcos, de religião islâmica, estendia-se por boa parte da Europa oriental - região dos bálcãs - além do norte da África e do Oriente Médio.

Nos séculos XVI e XVII os turcos eram uma verdadeira ameaça aos reinos europeus que a muito custo detiveram a expansão dos otomanos para o oeste do continente europeu. Contudo, no século XIX, o império turco enfrenta uma série de crises internas, além de revoltas nas regiões que estavam sob o seu domínio e inicia um processo de enfraquecimento que vai se acentuar no final do século XIX e início do século XX.

Após a I Guerra Mundial (1914-1918) ocorre o esfacelamento do império, transformando as regiões do oriente médio que estavam sob domínio turco, em protetorados das potências europeias vencedoras do conflito, principalmente a França e a Grã-Bretanha.

Observe mais uma vez o mapa, comparando-o com os mapas do post abaixo, e perceba que a dimunição do império turco-otomonao foi gradual. Ainda no século XIX eles foram derrotados no norte da África e foram perdendo territórios na região dos bálcãs.


No final do século XIX os bálcãs (mapa acima) constituiam-se na parte mais turbulenta da Europa. Muitos historiadores refrem-se a essa região na época como um barril de pólvora, tamanho era o seu potencial explosivo. Não foi à toa que o evento que desencadeou a I Guerra Mundial - o assassinato do herdeiro do trono austro-húngaro, Francisco Ferdinando e de sua mulher, Sofia, ocorreu na capital da Bósnia, Sarajevo. Veja o mapa abaixo.

Havia na região dos bálcãs um desejo crescente, marcado pelas ideias nacionalistas, de livrar-se do domínio turco-otomano, formando nações livres e independentes. Por conta disso, diversos conflitos no final do século XIX e início do século XX ocorreram nessa região, sempre buscando a independência em relação aos turcos ou a expansão territorial dos reinos que já haviam obtido a independência.

A principal razão de a região dos bálcãs ser um foco de constantes conflitos e tensões, deve-se, sobretudo, aos diversos interesses das potências na região. Entre esses interesses podemos destacar os interesses da:

Rússia - Aliada do reino da Sérvia, o império russo era inimigo do império turco otomano, sobretudo por causa do controle dos estreito de Dardanelos e do Bósforo que estavam sob o controle otomano. Dessa forma, a política dos czares era o de apoiar as pretensões de povos que quisessem libertar-se do domínio turco, daí a aproximação dos russos com os sérvios, que defendiam a formação de um país eslavo na região. Esse projeto liderado pela Sérvia e apoiado pelos russos ficou conhecido com pan-eslavismo.

Áustria-Hungria - Inimigos históricos dos turcos, o império austro-húngaro aproveitou-se do enfraquecimento desse império na região dos bálcãs e, em 1908, anexou a região da Bósnia-Herzegovina, o que irritou os nacionalistas sérvios, uma vez que tal anexação era uma ameaça ao projeto do pan-eslavismo. A partir de então, o clima entre a Sérvia e a Áustria-Hungria foi ficando mais tenso.

Alemanha - O imppério alemão que apresentava um vigoroso crescimento industrial desde a década de 1880, ameaçando a hegemonia britânica no continente, pretendia, com o apoio da Áustria-Hungria e do império turco, construir uma ferrovia ligando Bagdá a Berlim, e assim ter acesso mais rápido e barato aos campos de petróleo do oriente médio. Essa possibilidade preocupava a Grã-Bretanha que temia um fortalecimento ainda maior do império alemão.

Numa época em que os aliados dos meus inimigos, meus inimigos são, os alemães despertaram rancores na Rússia e na Sérvia, uma vez que era aliado dos austro-húngaros e dos turcos.

No dia 28 de junho de 1914, na cidade de Sarajevo, capital da Bósnia-Herzegovina, um terrorista sérvio, da organização Mão Negra, aproximou-se do carro onde estavam o arquiduque Francisco Ferdinando e sua esposa, Sofia, desferindo contra ambos, tiros de pistola, matando-os.

Esse atentado acabou movimentando as engrenagens dos blocos de alianças (Triplice Aliança e Tríplice Entente), e um mês depois, a Europa estava em Guerra.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Antecedentes da I Guerra Mundial.

Na Segunda Metade do século XIX, sobretudo nas últimas décadas, a disputa por colônias entre as potências europeias agravou o clima de rivalidade e desconfiança mútuas que marcaram as relações diplomáticas entre elas. Lembre-se que no período a expansão capitalista e o significativo aumento da produção industrial obrigaram as potências a ampliarem seus mercados consumidores e a buscarem novas fontes de matéria-prima. É nesse contexto que ocorre a expansão colonial conhecida como neocolonialismo.

O domínio político e econômico que as potências exerceram sobre essas regiões (colônias) vai ficar conhecido como imperialismo.

Entre as potências industriais mais importantes, destacaram-se: a Grã-Bretanha, a França, a Alemanha e a Itália, além dos Estados Unidos e do Japão. Outros atores políticos, contudo, tinham status de potência porque controlavam vastas regiões, embora do ponto de vista econômico e militar fossem bastante inferiores às potências citadas acima. Como exemplo desses atores secundários, podemos citar o império austro-húngaro, a Rússia e o império turco-otomano, este em franca decadência.

(Clique na imagem para ampliar)


O mapa acima mostra a Partilha da África promovida pelas potências europeias na Conferência de Berlim (1884-85), com o objetivo de evitar conflitos no continente que envolvessem as potências europeias. Já vimos que esse objetivo não foi alcançado, sobretudo porque a tal partilha da África privilegiou, como se pode observar no mapa, a Grã-Bretanha e a França, aumentando os ressentimentos da Alemanha, potência cujo crescimento industrial ameaçava a hegemonia britânica.

O domínio e predomínio colonial britânico e francês na África também ocorria na Ásia, de modo que Alemanha e Itália, países que se unificaram politicamente apenas por volta de 1870, e que por isso começaram tarde a expansão industrial capitalista, ficaram com poucas regiões a colonizar.

Antes de 1914, a configuração geopolítica da Europa e do Oriente médio era bastante diferente. Os mapas abaixo - antes de 1914 e após 1918 - ajudam a compreender melhor essa afirmação. Observe-os com atenção e tente encontrar importantes diferenças entre eles.

(Clique na imagem para ampliar)

Mapa da Europa em 1919 - clique na imagem para ampliar.