sábado, 11 de dezembro de 2010

Qual o momento político mais importante da história recente do país?

Vale a pena assistir a este brevíssimo vídeo onde importantes personalidades políticas que protagonizaram importantes fatos políticos da história recente do Brasil comentam esses fatos. Talvez seja útil para o vestibular que se aproxima.

Um abraço, queridos!

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Discurso II

(Leia primeiro o post abaixo)

Ilustríssimos professores, senhores pais, queridos alunos, boa noite.

É sempre gratificante chegar ao final de um longo processo e ter a consciência do dever cumprido. Vocês venceram obstáculos. Não se deixaram intimidar por dissabores ou reveses. Avançaram, às vezes mais depressa, outras vezes mais devagar, em direção às metas estabelecidas e as atingiram. É por isso que esta noite é uma noite de celebração.

Não foram poucas as angústias e os temores que assolaram os seus corações. Tentamos como professores, e, sobretudo, como companheiros, nessa jornada difícil e recompensadora, que é o trabalho em sala de aula, dar a vocês segurança e tranqüilidade; apoio e compreensão e, acima de tudo, a nossa dedicação. Dedicação exemplificada pela paciência e pela perseverança. Paciência para entender que cada um tem o seu tempo particular para aprender, e perseverança para nunca desistir, mesmo nos momentos em que vocês estavam pessimistas quanto à realização de suas metas e objetivos. Por isso, queridos, a festa de vocês é também um pouco nossa.

Inevitavelmente, a vida de cada formando será outra a partir de agora. O mundo, com os seus desafios e exigências, cobrará de vocês algum tipo de ação. O que o futuro lhes reserva não sabemos. Há tantas variáveis que não controlamos... Mas queremos deixar nessa noite uma única certeza: a de que daqui ficaremos torcendo pelo sucesso profissional e pessoal de todos vocês. Mais: que estaremos sempre aqui, tanto para celebrar suas conquistas quanto para apoiá-los e confortá-los, nos momentos difíceis que a vida sempre nos reserva. Continuem contando com o colégio La Salle e, especialmente, com os seus professores.

Nós abraçamos uma profissão que vem sendo há anos desprestigiada. É tão raro um aluno sonhar em ser professor. São tantos os desestímulos para se tornar professor que é impossível não sentir um imenso orgulho dos nossos colegas.

Olhem bem para cada um dos professores que estão aqui. Todos eles, apesar de tantas dificuldades, esmeraram-se em oferecer a vocês um trabalho sério, digno e competente.

O que nos move, portanto, não é o status social de ser professor, mas aquela satisfação que existe no coração de cada um de nós, quando vê o crescimento intelectual do seu aluno. E o crescimento de vocês impressiona. Não há recompensa maior, acreditem!

Queremos concluir essas palavras fazendo um pedido especial. Nunca esqueçam ou negligenciem aqueles que são, e que nunca deixarão de ser os maiores responsáveis por tudo em suas vidas: os seus pais. Nenhum dissabor, contratempo, mágoa ou ressentimento deve ser capaz de macular o amor e o carinho que vocês devem a eles. A alegria, o orgulho e a satisfação que hoje vocês estão proporcionando a quem os ama acima de tudo não têm tamanho. É também por isso que a alegria deles, certamente, é maior que a de vocês.

Beijem seus pais e suas mães e, com reconhecimento, lhes digam: “Muito obrigado por tudo que vocês fizeram por nós”.

Que Deus abençoe cada um de nós.

Boa-Noite.


PS: Quem tiver fotos e as quiser enviar para eu anexá-las a esses posts enviem para o e-mail nejpsc@gmail.com

Discurso I

Quando fui escolhido pela turma 304 do colégio La Salle como o professor paraninfo, juntando-me a outros colegas que tinham sido escolhidos por outras turmas do 3° ano, escrevi o discurso que vocês podem ler mais abaixo. No entanto, foi decidido que apenas um discurso seria lido por todos os professores paraninfos na solenidade de colação de grau. Incumbiram-me de escrever esse único discurso para ser lido pelos paraninfos. Disciplinadamente, assim o fiz.

Neste post deixo o discurso que fiz inicialmente para a turma 304 e no post acima o discurso que foi lido na solenidade de colação de grau.


Ilustríssimos professores, senhores pais, queridos alunos, boa noite.

Foi com surpresa que recebi a notícia de que tinha sido escolhido como paraninfo da turma 304. Existem duas razões para essa surpresa: uma de ordem geral, e outra de ordem bem particular.

A primeira razão é que não sou exatamente um professor carismático. Não sou nada simpático. Estou quase sempre inclinado a corrigir com severidade aquilo que bem poderia ser corrigido com gentileza. Além disso: a descontração, o jeito performático, o talento de ser engraçado - fatores tão importantes numa sala de aula, e que tanto agradam a maioria dos alunos - não estão entre as minhas características. Ir de encontro aos consensos, ser contundente na exposição das ideias, contrariar as correntes de opinião que predominam tudo isso pode me transformar num professor polêmico, mas dificilmente me transformaria num professor querido.

Mas eu disse que havia um fato de ordem particular na minha surpresa com o gesto generoso da turma 304. Vocês se lembram de uma prova discursiva de história, cuja correção em sala de aula fez despertar ódios secretos e declarados. Lembro bem da maneira como fui contestado, e não seria exagero dizer, fustigado naquele dia, e do quanto foi doído me manter firme, o quanto foi penoso contrariá-los, o quanto foi difícil parecer intransigente... Seria tão mais fácil contemporizar, flexibilizar os meus critérios de correção, agradar à parcela que me fustigava e assim todos ficariam felizes, satisfeitos, e com notas melhores. Mas se eu fizesse isso não estaria sendo um professor, mas um prestidigitador. Naquele momento, tive a real noção do que deve sentir um pai ou uma mãe quando se veem obrigados a contrariar o filho em nome do amor que sentem e do cuidado que devem a ele. A diferença é que é muito mais fácil e até obrigatório para vocês perdoar os pais do que o professor, e naquela ocasião, eu temi que nossa relação se deteriorasse a cada dia... Por isso, recebi com pasmo a notícia de que a turma 304 havia me escolhido como paraninfo.

Olhem bem para cada um dos professores que vocês vêem aqui nessa noite de festa. Tentem lembrar de tantos outros que passaram pela vida de vocês e guardem a certeza que cada um deles traz um orgulho que não tem preço. Acreditem-me! Não existe recompensa maior para quem trabalha no universo da educação do que o sucesso De vocês. Cada um de nós, professores, aqui presentes, e representando todos os professores que vocês um dia já tiveram, nos regozijamos com a vitória de vocês porque sabemos que a realização máxima do nosso trabalho é e sempre será as realizações e as conquistas que vocês devem buscar incansavelmente.

Quando se tem a idade de vocês, é normal esquecer ou negligenciar aqueles que são, e que nunca deixarão de ser os maiores responsáveis por tudo em nossa vida. Nunca se esqueçam que não há dissabor, contratempo, mágoa, ressentimento capaz de manchar o amor, o carinho, a alegria, a satisfação que hoje vocês estão proporcionando aos pais de vocês. É também por isso que a alegria deles certamente é maior que a de vocês.

Beijem seu pai e a sua mãe, e lhes digam: “ muito obrigado por tudo que vocês fizeram por mim”

Boa noite!

Aqui é possível conferir um vídeo feito pela turma 304.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Boris Fausto - o período democrático (1945- 1964)

Sexta-feira, dia 01 de outubro, ocorrerá nossa avaliação discursiva. Abaixo, três vídeos que devem ajudá-los a se preparar para essa avaliação. Assista-os depois de ter estudado o conteúdo em seu livro e as anotações do caderno, além, é claro, dos exercícios. Qualquer dúvida, estarei à disposição tanto por aqui, quanto em sala. Bons estudos!








terça-feira, 3 de agosto de 2010

Olga Benário e Luís Carlos Prestes...


Abaixo, conheça um pedaço da história sobre Luís Carlos Prestes e Olga Benário que não aparece nos livros didáticos de história e são, quando são, deturpados em filmes, biografias e documentários.

As palavras abaixo estão no livro de Jacob Gorender, comunista histórico que corajosamente relatou os crimes cometidos pela esquerda no imperdível livro chamado Combate nas Trevas. Segue o relato.

Desde menina, Elvira Cupelo Colônio acostumara-se a ver, em sua casa, os numerosos amigos de seu irmão, Luiz Cupelo Colônio. Nas reuniões de comunistas, fascinava-se com os discursos e com a linguagem complexa daqueles que se diziam ser a salvação do Brasil. Em especial, admirava aquele que parecia ser o chefe e que, de vez em quando, lançava-lhe olhares gulosos, devorando o seu corpo adolescente. Era o próprio Secretário-Geral do Partido Comunista do Brasil (PCB), Antonio Maciel Bonfim, o “Miranda”.

Em 1934, então com 16 anos, Elvira Cupelo tornou-se a amante de “Miranda” e passou a ser conhecida, no Partido, como “Elza Fernandes” ou, simplesmente, como a “garota”. Para Luiz Cupelo, ter sua irmã como amante do secretário-geral era uma honra. Quando ela saiu de casa e foi morar com o amante, Cupelo viu que a chance de subir no Partido havia aumentado.



Entretanto, o fracasso da Intentona, com as prisões e os documentos apreendidos, fez com que os comunistas ficassem acuados e isolados em seus próprios aparelhos.


Nos primeiros dias de janeiro de 1936, “Miranda” e “Elza” foram presos em sua residência, na Avenida Paulo de Frontin, 606, Apto 11, no Rio de Janeiro. Mantidos separados e incomunicáveis, a polícia logo concluiu que a “garota” pouco ou nada poderia acrescentar aos depoimentos de “Miranda” e ao volumoso arquivo apreendido no apartamento do casal. Acrescendo os fatos de ser menor de idade e não poder ser processada, “Elza” foi liberada. Ao sair, conversou com seu amante que lhe disse para ficar na casa de seu amigo, Francisco Furtado Meireles, em Pedra de Guaratiba, aprazível e isolada praia da Zona Oeste do Rio de Janeiro. Recebeu, também, da polícia, autorização para visitá-lo, o que fez por duas vezes.



Em 15 de janeiro, Honório de Freitas Guimarães, um dos dirigentes do PCB, ao telefonar para “Miranda” surpreendeu-se ao ouvir, do outro lado do aparelho, uma voz estranha. Só nesse momento, o Partido tomava ciência de que “Miranda” havia sido preso. Alguns dias depois, a prisão de outros dirigentes aumentou o pânico. Segundo o PCB, havia um traidor. E o maior suspeito era “Miranda”.
As investigações do “Tribunal Vermelho” começaram. Honório descobriu que “Elza” estava hospedada na casa do Meireles, em Pedra de Guaratiba. Soube, também, que ela estava de posse de um bilhete, assinado por “Miranda”, no qual ele pedia aos amigos que auxiliassem a “garota”. Na visão estreita do PCB, o bilhete era forjado pela polícia, com quem “Elza” estaria colaborando. As suspeitas transferiram-se de “Miranda” para a “garota”.

Reuniu-se o “Tribunal Vermelho”, composto por Honório de Freitas Guimarães, Lauro Reginaldo da Rocha, Adelino Deycola dos Santos e José Lage Morales. Luiz Carlos Prestes, escondido em sua casa da Rua Honório, no Méier, já havia decidido pela eliminação sumária da acusada. O “Tribunal” seguiu o parecer do chefe e a “garota” foi condenada à morte. Entretanto, não houve a desejada unanimidade: Morales, com dúvidas, opôs-se à condenação, fazendo com que os demais dirigentes vacilassem em fazer cumprir a sentença. Honório, em 18 de fevereiro, escreveu a Prestes, relatando que o delator poderia ser, na verdade, o “Miranda”.


A reação do “Cavaleiro da Esperança” foi imediata. No dia seguinte, escreveu uma carta aos membros do “Tribunal”, tachando-os de medrosos e exigindo o cumprimento da sentença. Os trechos dessa carta de Prestes, a seguir transcritos, constituem-se num exemplo candente da frieza e da cínica determinação com que os comunistas jogam com a vida humana:



“Fui dolorosamente surpreendido pela falta de resolução e vacilação de vocês. Assim não se pode dirigir o Partido do Proletariado, da classe revolucionária.” … “Por que modificar a decisão a respeito da “garota”? Que tem a ver uma coisa com a outra? Há ou não há traição por parte dela? É ou não é ela perigosíssima ao Partido…?” … “Com plena consciência de minha responsabilidade, desde os primeiros instantes tenho dado a vocês minha opinião quanto ao que fazer com ela. Em minha carta de 16, sou categórico e nada mais tenho a acrescentar…” … “Uma tal linguagem não é digna dos chefes do nosso Partido, porque é a linguagem dos medrosos, incapazes de uma decisão, temerosos ante a responsabilidade. Ou bem que vocês concordam com as medidas extremas e neste caso já as deviam ter resolutamente posto em prática, ou então discordam mas não defendem como devem tal opinião.”



Ante tal intimação e reprimenda, acabaram-se as dúvidas. Lauro Reginaldo da Rocha, um dos “tribunos vermelhos”, respondeu a Prestes:


“Agora, não tenha cuidado que a coisa será feita direitinho, pois a questão do sentimentalismo não existe por aqui. Acima de tudo colocamos os interesses do P.”


Decidida a execução, “Elza” foi levada, por Eduardo Ribeiro Xavier (”Abóbora”), para uma casa da Rua Mauá Bastos, Nº 48-A, na Estrada do Camboatá, onde já se encontravam Honório de Freitas Guimarães (”Milionário”), Adelino Deycola dos Santos (”Tampinha”), Francisco Natividade Lira (”Cabeção”) e Manoel Severino Cavalcanti (”Gaguinho”).



Elza, que gostava dos serviços caseiros, foi fazer café. Ao retornar, Honório pediu-lhe que sentasse ao seu lado. Era o sinal convencionado. Os outros quatro comunistas adentraram à sala e Lira passou-lhe uma corda de 50 centímetros pelo pescoço, iniciando o estrangulamento. Os demais seguravam a “garota”, que se debatia desesperadamente, tentando salvar-se. Poucos minutos depois, o corpo de “Elza”, com os pés juntos à cabeça, quebrado para que ele pudesse ser enfiado num saco, foi enterrado nos fundos da casa. Eduardo Ribeiro Xavier, enojado com o que acabara de presenciar, retorcia-se com crise de vômitos.


Perpetrara-se o hediondo crime, em nome do Partido Comunista.



Poucos dias depois, em 5 de março, Prestes foi preso em seu esconderijo no Méier. Ironicamente, iria passar por angústias semelhantes, quando sua mulher, Olga Benário, foi deportada para a Alemanha nazista.


Alguns anos mais tarde, em 1940, o irmão de “Elza”, Luiz Cupelo Colônio, o mesmo que auxiliara “Miranda” na tentativa de assassinato do “Dino Padeiro”, participou da exumação do cadáver. O bilhete que escreveu a “Miranda”, o amante de sua irmã, retrata alguém que, na própria dor, percebeu a virulência comunista:


“Rio, 17-4-40″

Meu caro Bonfim, Acabo de assistir à exumação do cadáver de minha irmã Elvira. Reconheci ainda a sua dentadura e seus cabelos. Soube também da confissão que elementos de responsabilidade do PCB fizeram na polícia de que haviam assassinado minha irmã Elvira. Diante disso, renego meu passado revolucionário e encerro as minhas atividades comunistas. Do teu sempre amigo, Luiz Cupelo Colônio”.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Mein Kampf


Abaixo, os três primeiros vídeos do documentário Mein Kampf (Minha Luta. Se vocês acharem importante, há links para os demais vídeos.









Links

vídeo 4

vídeo 5

vídeo 6

vídeo 7

vídeo 8

vídeo 9

vídeo 10

vídeo 11

vídeo 12

domingo, 23 de maio de 2010

O Mercado de ações

Uma das maiores dificuldades que o aluno enfrenta ao estudar a Crise de 29 é entender como funciona o MERCADO DE AÇÕES.

Quando se diz que na década de 1920, os americanos investiam pesado na Bolsa de Valores, o aluno faz aquela cara de que não entendeu chongas. Fique tranquilo, você não está sozinho nessa, entendem?

Escarafunchando a internet, descobri um site que se não é um primor de clareza, ao menos tenta simplificar o entendimento de como funciona o mercado de ações. Espero que as informações abaixo ajudem vocês a entender melhor como funciona esse mercado e assim compreender por que a especulação na Bolsa de Valores acabou se tornando uma das causas para o crash de 29 e para a Grande Depressão.

O MERCADO DE AÇÕES¹

Antes de mais nada é importante definir o que é uma ação. Você já deve ter lido em algum lugar que uma ação é um título de renda variável emitido por uma sociedade anônima que representa a menor fração do capital da empresa emitente. Vamos traduzir esta definição aos poucos: primeiro é importante entender o que é uma sociedade anônima (S.A.). Uma Sociedade Anônima é uma empresa que pode ter ações em bolsa (capital aberto), ao contrário, por exemplo, de uma limitada (Ltda), onde o capital não é listado em bolsas (capital fechado). A maior parte das grandes empresas são S.A´s, enquanto a maioria das pequenas empresas são Ltdas.

Empresas de capital fechado


Se você resolver abrir uma nova empresa, possivelmente o fará como uma Ltda (ou empresa de capital fechado). Vamos supor que a nova empresa tenha cinco sócios, com a mesma participação (20% do total de R$ 100.000,00). Neste caso, cada sócio subscreveu R$ 20.000 do capital da empresa. A empresa então utiliza o capital subscrito para iniciar suas atividades (comprar matéria-prima, pagar instalações e funcionários, etc.). Vamos supor agora que um sócio decida sair da empresa e os outros decidam comprar sua parte. Neste caso, após decidir o quanto vale esta parcela do capital da empresa (para facilitar vamos supor que valha R$ 20.000) cada um dos sócios restantes pagará R$ 5.000,00, mantendo o capital total em R$ 100.000,00, agora com 25% cada um.

Empresas de Capital Aberto

Uma empresa de capital aberto funciona basicamente da mesma forma. Usando o exemplo acima (os valores serão mantidos somente para facilitar a análise, já que para lançar ações em bolsa os valores devem ser muito mais altos) fica fácil entender o que é uma ação. Vamos supor agora que os quatro sócios não tenham recursos para comprar a fatia do sócio que resolveu sair. Eles podem optar por abrir o capital da empresa, ou seja, lançar ações. Neste caso eles decidem vender R$ 20.000 do capital da empresa, lançando 20.000 ações a R$ 1,00 cada. Ao comprar uma ação, você passa a ser sócio de uma empresa, comprando uma participação no capital da mesma. Se a empresa for bem, o preço da ação possivelmente subirá, se as coisas não forem tão bem assim, o preço possivelmente cairá. Desta forma, através do lançamento de ações, uma empresa aumenta substancialmente o número de acionistas (sócios), obtendo recursos que talvez não estivessem disponíveis de outra forma para investir na empresa. Do ponto de vista do investidor, comprar ações dá a possibilidade dele se tornar um "sócio" da empresa, investindo um valor de acordo com as suas disponibilidades

Mas o que é especular, Zé Paulo, no mercado de ações? Vejam a explicação abaixo.

Especulação²

Em economia, consiste em uma aposta acerca do futuro econômico de um país, um setor de atividade ou de uma empresa.

O movimento das bolsas de valores, por exemplo, resulta, em grande parte, de manobras especulativas. Um grande número de agentes ou um único agente - desde que suficientemente poderoso - pode, através de operações vultosas de compra ou venda das ações de uma empresa, forçar uma alta ou uma baixa dos preços. Se o preço das ações aumenta, outros investidores, acreditando que os preços possam subir ainda mais, compram também. Tais expectativas podem se concretizar ou não.

A especulação financeira foi um dos fatores que levaram à crise de 1929, quando houve o crash da bolsa de Nova York. Neste caso, ficou claro que havia uma enorme diferença entre o preço esperado das ações e o valor real dos ativos das empresas. A diferença correspondia à especulação ou à expectativa de lucros dos especuladores.

Especulador é um participante do mercado que espera que o retorno dos seus investimentos seja primariamente providenciado pelas acções (compras/vendas) dos outros participantes no mercado. Opõe-se ao conceito de investidor - o participante que espera que o retorno dos seus investimentos seja primariamente providenciado pelos fluxos financeiros gerados pelo activo no qual investe. A especulação é o risco não assumido pelo investidor e é considerada uma prática nefasta, podendo provocar a quebra de mercados, em benefício de alguns especuladores. Normalmente é objeto de controle pelos órgãos fiscalizadores (como a CVM) do mercado de capitais

1 - clique aqui

2 - clique aqui.

Outra boa definição sobre o que é a especulação na Bolsa de Valores e como ela funciona você pode encontrar abaixo.

O mercado acionário tem atraído muitos investidores iniciantes, pessoas que arriscam milhares de reais e algumas vezes não tem idéia do terreno onde estão pisando. Não é fácil fazer dinheiro, ainda mais com ações. É necessário muito estudo, muita análise e um mínimo de conhecimento sobre especulação.

“Mas afinal, o que é isso?”

A meu ver, a especulação é um dos pilares de influências sobre os valores das ações. É nada mais, nada menos, que a previsão que os investidores fazem sobre uma determinada ação.

Quando uma pessoa bem preparada se interessa em comprar uma ação, se interessa por algum motivo. O primeiro passo depois do interesse é pesquisar se esse motivo procede procurando informações gerais sobre a empresa a fim de formar uma opinião sobre ela ter ou não um futuro promissor.

“E como a opinião das pessoas influencia no preço das ações?”

Lei da oferta e da procura. Conhece?

No caso das ofertas públicas de ações, a quantidade de ações a serem liberadas é fixa. O que varia é a quantidade de pessoas interessadas. Essas pessoas se baseiam nas suas especulações sobre o futuro da ação e quanto mais pessoas preverem um futuro promissor, mais irão querer comprar. O que acontece? O preço sobe.

É por isso que geralmente, IPO’s (Initial Public Offer ou Oferta Pública Inicial) são bons negócios. Muitos investidores esperam para ver como o mercado vai reagir a essas novas ações e só depois compram (ou não) as ações. E o preço sobe novamente…

Resumindo: especulação sobre o mercado acionário e financeiro está diretamente ligada à previsões sobre instituições, sobre possíveis acontecimentos, sobre pessoas envolvidas, etc. Tudo o que diz respeito ao que você quer saber.

Fonte: clique aqui


terça-feira, 18 de maio de 2010

O New Deal

O comunista Roosevelt

Ele, sim, fixava preço, salário, jornada
e se metia até em eleição sindical

Bettmann/Corbis/Latinstock
UM NOVO OLHAR
O juiz Louis Brandeis, da Suprema Corte: capitalismo humanizado


Quando se ouve falar dos trilhões de dólares que Barack Obama está despejando em empresas e bancos, fica-se com a impressão de que a Casa Branca nunca interferiu tanto na economia. É engano. Ao assumir o governo, em 1933, Franklin Roosevelt, então com 51 anos, dos quais passou 25 só pensando em como chegar à Presidência, encontrou um cenário desolador. O desemprego castigava 13 milhões de americanos, 10 000 bancos haviam falido, o PIB caíra 25%, 1 000 americanos perdiam sua casa por dia. Com o apoio da opinião pública e do Congresso, Roosevelt lançou o pacote mais intervencionista da história americana, o New Deal. As leis – numerosas, detalhadas e quase todas inconstitucionais – davam-lhe poderes inimagináveis hoje em dia. O governo podia fixar o preço do litro do leite, estabelecer cotas de produção de petróleo, definir o tamanho da jornada de trabalho dos bancários, fechar o mercado a indústrias estrangeiras, dar e cancelar licenças de negócios. Roosevelt se metia até em eleição sindical. Coisa de dar inveja a líder soviético.

"Era difícil imaginar leis que fossem mais agressivas ao laissez-faire, à liberdade de contrato e à competição de livre mercado", escreveu Peter Irons, autor de A People’s History of the Supreme Court (Uma história da Suprema Corte sob a ótica do povo), um livro fabuloso em que narra, com precisão e argúcia, as decisões mais relevantes da história da Suprema Corte. "Também era difícil imaginar leis que se baseassem em noções tão elásticas dos poderes constitucionais." Roosevelt criou uma burocracia tão volumosa que alguns patrões tinham de pagar salários diferentes em diferentes horas do dia de trabalho. Cabia ao governo dizer aos agricultores o número de hectares em que podiam plantar algodão ou milho. Ao pecuarista, quantas cabeças de gado podia criar ou o tamanho de seu aviário. Para garantir a implantação das leis, o presidente criou uma agência cujo comando entregou a um general fascista que adorava o ditador italiano Benito Mussolini. Eram outros tempos. Mussolini estava no poder fazia uma década. Adolf Hitler chegara ao comando da Alemanha havia um mês.

Corbis/Latinstock
ERA DESOLADOR
Um acampamento de sem-teto nos anos 30

Passaram-se dois anos, de 1933 a 1935, até que as primeiras leis do New Deal chegassem ao julgamento da Suprema Corte, que começou então a cortar as asas discricionárias do presidente. Tal como um comissário soviético, Roosevelt esperneou. Em conversa hoje célebre com repórteres na Casa Branca, falou de suas preocupações. E se a fábrica cortar o salário mínimo, o que os operários farão? E se aumentarem a jornada de trabalho das costureiras até 9 da noite, o que as meninas farão? Sairão às 5 da tarde, arriscando perder o emprego? Para cortar as asas da Suprema Corte, Roosevelt maquinou uma intervenção pela qual acrescentaria em todos os tribunais um novo juiz para cada juiz com mais de 70 anos. Dos nove juízes da Suprema Corte, seis eram septuagenários. A proposta não foi em frente, mas os velhinhos começaram a se aposentar. Um dos primeiros foi Louis Brandeis, magistrado rigoroso, avesso às grandes empresas e – coisa rara então – preocupado com direitos humanos.

Em seu tempo, Roosevelt também foi sistematicamente acusado de socialista. Aristocrático e poliglota, ele foi, como diz uma de suas numerosas biografias, "um traidor de sua classe". Não deu trégua a empresários e industriais. Foi o presidente que mais se empenhou em dar assistência a desempregados, amparar velhos e proteger trabalhadores. Foi o "comunismo" de Roosevelt que salvou a economia? Provavelmente não. O que arrancou o país da recessão foi o esforço para entrar na II Guerra e decidi-la, e não o intervencionismo do New Deal. Mas Roosevelt mudou a própria organização da sociedade americana. Só depois dele os humildes do capitalismo ganharam um lugar à mesa.

Fonte: Revista Veja, 18 de março de 2009.


Leia a matéria completa aqui.

terça-feira, 11 de maio de 2010

A Crise de 1929 em Veja na história

A euforia....

Nos últimos anos, o fenomenal desempenho das ações parecia desafiar o adágio de que tudo que sobe deve descer. Há pouco mais de um mês, em 3 de setembro, o índice de ações industriais publicados pelo diário The New York Times atingia seu ápice histórico, com 452 pontos. Em 1925, o mesmo indicador registrava 159 tentos. A facilidade da compra de ações seduziu milhares de investidores, que colocavam todo o dinheiro que tinham, e especialmente o que não tinham, em pedaços de papéis certificados. Comprar ações "na margem" – pagando uma pequeníssima parcela do valor e tomando o restante emprestado do corretor ou do banco – era, até dias atrás, prática absolutamente comum e aparentemente segura. Afinal, como as ações não paravam de se valorizar, bastava vendê-las, quitar o débito com o credor e embolsar o lucro. A euforia era infinita.

As Cassandras da época...

Algumas vozes já vinham predizendo, nos últimos meses, um estouro da bolha especulativa que alimentava os estratosféricos índices da Bolsa de Nova York. E não havia nesses oráculos nenhum tom sobrenatural – apenas o escrutínio dos fatos e as lições de quebras passadas. Contudo, alertar para essa situação significava ser tachado de destrutivista ou anti-patriota. O teórico Roger Babson, que, no início de setembro, cunhou seu agora célebre vaticínio – "mais cedo ou mais tarde, o crash virá, e poderá ser tremendo" –, foi ironizado, desacreditado e assacado pelos guardiões de Wall Street.

Leia o artigo completo aqui.

Sobre os efeitos da Crise de 1929 no Brasil, leia aqui.