quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

GABARITO DO CESPE

O CESPE divulgou o gabarito preliminar. Dos itens que marquei e que vocês podem conferir no post abaixo, errei os itens 1, 44, 67,68,74,75,76. Desses itens, envergonho-me do 74 e 75, porque da área de história. Poderia alegar que estava num dia ruim. Estava. Mas os erros neses itens foram fruto da minha ignorância mesmo. Preciso ler mais sobre os assuntos abordados nesses itens.

Os itens 1 e 44, admito, faltou um pouco de atenção. Sou tentado a dizer que foi mais um erro de interpretação do que ignorância. Não importa. Está errado.

Os itens 67 e 68, ainda custa-me acreditar que errei. Por favor, alguém disposto a me esclarecer?

O item 76 eu errei mesmo. E feio!

Mas, depois de penenteciar-me, vamos a um dado positivo.

A maioria dos cursinhos marcou o item 55 como certo. Eu, de novo, fiquei sozinho. E quando fico sozinho, geralmente, faço melhor.

sábado, 19 de dezembro de 2009

Vestibular 2010 - Unb.

Há uma única palavra para definir a vestibular da Unb neste primeiro dia, no que concerne aos conteúdos de história do terceiro ano do ensino médio: decepção. Serei mais preciso para não parecer que estou implicando com o CESPE. Em dois fins de semana consecutivos, os alunos do terceiro ano do ensino médio que estudaram história com dedicação e afinco foram desrespeitados pelo CESPE. Se no PAS da III Etapa quase nada foi cobrado do conteúdo de história do terceiro ano, no vestibular de hoje eles foram ainda mais radicais: Não cobraram nada!!!

Aí, um desses homínideos sempre relutantes a erigir a coluna e se sustentar sobre os membros inferiores, dirá: e o item sobre o café? Ainda que fosse um item de história em estado puro, mesmo assim, num universo de 120 itens, um é a mesma coisa que nada.

Os alunos do terceiro ano foram testados em seus conhecimentos sobre antiguidade oriental e clássica, além de Idade Média. Uma lástima! Parto do pressuposto de que os candidatos merecem respeito e de que os profissionais que dedicam o ano a preparar os candidatos para esta prova merecem consideração. Na minha opinião, não houve nem respeito com os candidatos nem consideração com os professores da parte daqueles elaboraram os itens de história.

Estive na Sala dos professores sozinho, do jeito que eu gosto. Minha equipe formada por mim e por eu mesmo apresentou algumas dificuldades na resolução dos itens, confesso. Como não havia muitos itens de história, arrisquei-me em searas alheias. Abaixo, o meu gabarito dos itens que fiz.

ITEM 1: E

ITEM 2: E

ITEM 3: E

ITEM 4: E

ITEM 6: E

ITEM 7: C

ITEM 8: E

ITEM 9: E

ITEM 14: C

ITEM 22: E

ITEM 35: E

ITEM 36: E

ITEM 37: E

ITEM 38: C

ITEM 39: C

ITEM 40: E

ITEM 41: E

ITEM 44: E

ITEM 45: E

ITEM 51: E

ITEM 52: C

ITEM 55: E

ITEM 67: E

ITEM 68: C

ITEM 70: E

ITEM 72: C

ITEM 74: C

ITEM 75: E

ITEM 76: E

ITEM 77: E

ITEM 78: C

ITEM 79: E

ITEM 80: C

ITEM 99: C

ITEM 100: E

ITEM 108: C

ITEM 110: C

ITEM 111: E

ITEM 112: E

ITEM 117: E

Dos itens expostos acima, alguns são de literatura, outros de gramática e de filosofia. Além é claro, de geografia e sociologia. Decidi me expor aqui ao ridículo, postando aquilo que eu considerei que podia marcar. Confiram!



sábado, 5 de dezembro de 2009

Enem, mais dificil? Que bom, então!!!

Candidatos fazem provas do primeiro dia do Enem 2009, em São Paulo (Foto: Daigo Oliva/G1)

As provas do primeiro dia do Enem ainda não estão disponíveis na rede. A maioria dos sites, porém, tem deixado disponível a resolução dos 90 itens que compuseram a prova desta tarde. Escolhi o G1 como site de referência, e nele, os professores que resolveram as questões consideraram que houve uma significativa mudança na forma como os conteúdos foram cobrados. Sobretudo em relação à prova que vazou em outubro e provocou tanta celeuma.

No caso específico dos itens de História, informa o site, a professora Vera Lúcia da Costa Antunes, do Curso Objetivo, considerou o nível bem mais exigentes que o de Geografia.

Uma crítica bastante comum, embora vocês, meus caros, não devem ter ficado surpresos, foi o fato de os enunciados serem excessivamete longos, tornando a prova bem mais cansativa do que já é. De qualquer forma, dos itens que consegui ler, os textos, como cansei de dizer, ajudaram, e muito!, na resolução. Brincava em sala, vocês lembram, que os itens de História da prova do Enem pareciam mais analisar se o aluno sabia ler do que dominar os conteúdos de História. Em dois casos, pelo menos, minha análise se mostrou correta. Não consegui ver todos, repito.

O item que falava da imigração européia na segunda metade do século XIX, por exemplo, poderia ser resolvido apenas com uma leitura atenta do texto de referência.

Estou à espera que a prova seja liberada e eu possa fazer um julgamento mais adequado dos itens de História. Por enquanto, descansem que amanhã tem mais!!!


quarta-feira, 18 de novembro de 2009

"A nossa Moral e a deles" ou quanto vale a vida humana para um comunista?

Do blog do Reinaldo Azevedo.

A FILHA DE PRESTES QUER BRINCAR DE HISTÓRIA? COMO NO JOGO, ACEITO O TRUCO E AINDA CHAMO SEIS!!!


quarta-feira, 18 de novembro de 2009 | 17:12



Podem achar alguns que sinto um especial prazer em desmoralizar as teses das esquerdas. Não! Parece que elas é que gostam de se desmoralizar. Afirmei que Anita Leocádia, filha de Luiz Carlos Prestes e Olga Benário, deveria ser mais cuidadosa quando se refere a crimes da esquerda e mesmo quando, nesse particular, evoca a memória dos pais. Até porque é historiadora. Peço que vocês leiam atentamente a história. que segue Ela reflete o que é a moral profunda de uma comunista. Quem não conhece ficará impressionado. Renderia um belo e terrível filme. Mas ninguém o fará.
*
Desde menina, Elvira Cupelo Colônio acostumara-se a ver, em sua casa, os numerosos amigos de seu irmão, Luiz Cupelo Colônio. Nas reuniões de comunistas, fascinava-se com os discursos e com a linguagem complexa daqueles que se diziam ser a salvação do Brasil. Em especial, admirava aquele que parecia ser o chefe e que, de vez em quando, lançava-lhe olhares gulosos, devorando o seu corpo adolescente. Era o próprio Secretário-Geral do Partido Comunista do Brasil (PCB), Antonio Maciel Bonfim, o “Miranda”.

Em 1934, então com 16 anos, Elvira Cupelo tornou-se a amante de “Miranda” e passou a ser conhecida, no Partido, como “Elza Fernandes” ou, simplesmente, como a “garota”. Para Luiz Cupelo, ter sua irmã como amante do secretário-geral era uma honra. Quando ela saiu de casa e foi morar com o amante, Cupelo viu que a chance de subir no Partido havia aumentado.

Entretanto, o fracasso da Intentona, com as prisões e os documentos apreendidos, fez com que os comunistas ficassem acuados e isolados em seus próprios aparelhos.

Nos primeiros dias de janeiro de 1936, “Miranda” e “Elza” foram presos em sua residência, na Avenida Paulo de Frontin, 606, Apto 11, no Rio de Janeiro. Mantidos separados e incomunicáveis, a polícia logo concluiu que a “garota” pouco ou nada poderia acrescentar aos depoimentos de “Miranda” e ao volumoso arquivo apreendido no apartamento do casal. Acrescendo os fatos de ser menor de idade e não poder ser processada, “Elza” foi liberada. Ao sair, conversou com seu amante que lhe disse para ficar na casa de seu amigo, Francisco Furtado Meireles, em Pedra de Guaratiba, aprazível e isolada praia da Zona Oeste do Rio de Janeiro. Recebeu, também, da polícia, autorização para visitá-lo, o que fez por duas vezes.

Em 15 de janeiro, Honório de Freitas Guimarães, um dos dirigentes do PCB, ao telefonar para “Miranda” surpreendeu-se ao ouvir, do outro lado do aparelho, uma voz estranha. Só nesse momento, o Partido tomava ciência de que “Miranda” havia sido preso. Alguns dias depois, a prisão de outros dirigentes aumentou o pânico. Segundo o PCB, havia um traidor. E o maior suspeito era “Miranda”.

As investigações do “Tribunal Vermelho” começaram. Honório descobriu que “Elza” estava hospedada na casa do Meireles, em Pedra de Guaratiba. Soube, também, que ela estava de posse de um bilhete, assinado por “Miranda”, no qual ele pedia aos amigos que auxiliassem a “garota”. Na visão estreita do PCB, o bilhete era forjado pela polícia, com quem “Elza” estaria colaborando. As suspeitas transferiram-se de “Miranda” para a “garota”.

Reuniu-se o “Tribunal Vermelho”, composto por Honório de Freitas Guimarães, Lauro Reginaldo da Rocha, Adelino Deycola dos Santos e José Lage Morales. Luiz Carlos Prestes, escondido em sua casa da Rua Honório, no Méier, já havia decidido pela eliminação sumária da acusada. O “Tribunal” seguiu o parecer do chefe e a “garota” foi condenada à morte. Entretanto, não houve a desejada unanimidade: Morales, com dúvidas, opôs-se à condenação, fazendo com que os demais dirigentes vacilassem em fazer cumprir a sentença. Honório, em 18 de fevereiro, escreveu a Prestes, relatando que o delator poderia ser, na verdade, o “Miranda”.

A reação do “Cavaleiro da Esperança” foi imediata. No dia seguinte, escreveu uma carta aos membros do “Tribunal”, tachando-os de medrosos e exigindo o cumprimento da sentença. Os trechos dessa carta de Prestes, a seguir transcritos, constituem-se num exemplo candente da frieza e da cínica determinação com que os comunistas jogam com a vida humana:

“Fui dolorosamente surpreendido pela falta de resolução e vacilação de vocês. Assim não se pode dirigir o Partido do Proletariado, da classe revolucionária.” … “Por que modificar a decisão a respeito da “garota”? Que tem a ver uma coisa com a outra? Há ou não há traição por parte dela? É ou não é ela perigosíssima ao Partido…?” … “Com plena consciência de minha responsabilidade, desde os primeiros instantes tenho dado a vocês minha opinião quanto ao que fazer com ela. Em minha carta de 16, sou categórico e nada mais tenho a acrescentar…” … “Uma tal linguagem não é digna dos chefes do nosso Partido, porque é a linguagem dos medrosos, incapazes de uma decisão, temerosos ante a responsabilidade. Ou bem que vocês concordam com as medidas extremas e neste caso já as deviam ter resolutamente posto em prática, ou então discordam mas não defendem como devem tal opinião.”

Ante tal intimação e reprimenda, acabaram-se as dúvidas. Lauro Reginaldo da Rocha, um dos “tribunos vermelhos”, respondeu a Prestes:

“Agora, não tenha cuidado que a coisa será feita direitinho, pois a questão do sentimentalismo não existe por aqui. Acima de tudo colocamos os interesses do P.”

Decidida a execução, “Elza” foi levada, por Eduardo Ribeiro Xavier (”Abóbora”), para uma casa da Rua Mauá Bastos, Nº 48-A, na Estrada do Camboatá, onde já se encontravam Honório de Freitas Guimarães (”Milionário”), Adelino Deycola dos Santos (”Tampinha”), Francisco Natividade Lira (”Cabeção”) e Manoel Severino Cavalcanti (”Gaguinho”).

Elza, que gostava dos serviços caseiros, foi fazer café. Ao retornar, Honório pediu-lhe que sentasse ao seu lado. Era o sinal convencionado. Os outros quatro comunistas adentraram à sala e Lira passou-lhe uma corda de 50 centímetros pelo pescoço, iniciando o estrangulamento. Os demais seguravam a “garota”, que se debatia desesperadamente, tentando salvar-se. Poucos minutos depois, o corpo de “Elza”, com os pés juntos à cabeça, quebrado para que ele pudesse ser enfiado num saco, foi enterrado nos fundos da casa. Eduardo Ribeiro Xavier, enojado com o que acabara de presenciar, retorcia-se com crise de vômitos.

Perpetrara-se o hediondo crime, em nome do Partido Comunista.

Poucos dias depois, em 5 de março, Prestes foi preso em seu esconderijo no Méier. Ironicamente, iria passar por angústias semelhantes, quando sua mulher, Olga Benário, foi deportada para a Alemanha nazista.

Alguns anos mais tarde, em 1940, o irmão de “Elza”, Luiz Cupelo Colônio, o mesmo que auxiliara “Miranda” na tentativa de assassinato do “Dino Padeiro”, participou da exumação do cadáver. O bilhete que escreveu a “Miranda”, o amante de sua irmã, retrata alguém que, na própria dor, percebeu a virulência comunista:

“Rio, 17-4-40″
Meu caro Bonfim,
Acabo de assistir à exumação do cadáver de minha irmã Elvira. Reconheci ainda a sua dentadura e seus cabelos. Soube também da confissão que elementos de responsabilidade do PCB fizeram na polícia de que haviam assassinado minha irmã Elvira. Diante disso, renego meu passado revolucionário e encerro as minhas atividades comunistas.
Do teu sempre amigo, Luiz Cupelo Colônio”.

Voltei
O relato acima está no site Ternuma. “Ah, eu sabia, é coisa da direita!”, gritará o petralha ignorante. Não! O caso está minuciosamente relatado nas páginas 238 a 243 do livro Combate nas Trevas, do esquerdista Jacob Gorender. O papel desempenhado por Prestes é ainda mais pusilânime, mais covarde, mais assustador. Deixa entrever suspeita de psicopatia.

Prestes morava, à época, numa casa da rua Honório em companhia justamente de Olga Benário. Todos sabem que ela era, por formação intelectual e decisão do Comintern, chefe dele. Portanto, mais ela do que ele decidiu a morte da garota Elvira, a “Elza”. Olga também foi assassinada, como sabemos. As duas tiveram uma morte terrível. Uma virou mito. A outra virou pó.

Olga, afinal, era uma mártir do comunismo. Como tal, merece ser reverenciada. Elvira/Elza era só uma coitada do povo, analfabeta, de que a outra foi juíza implacável. Nenhum delas teve direito à defesa. Mas só uma virou heroína. A outra foi para sempre esquecida, como costuma acontecer com as vítimas das esquerdas.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

OS ATOS INSTITUCIONAIS



É fundamental que você conheça os dispositivos jurídicos que o Regime Militar instaurado no Brasil a partir de 1964 e que se estendeu até 1985, utilizou para implantar a ditadura no país. Esses dispositivos ficaram conhecidos como Atos Institucionais (AI). Ao todo foram 17 os atos institucionais, mas nos deteremos apenas nos cinco primeiros.

Clique nos AI's abaixo e conheça em detalhes o que eles estipulavam.

AI - 1 (09 de abril de 1964)

AI - 2 e o AI 3 (27 de outubro de 1965 e 05 de fevereiro de 1966)

AI - 4 e o AI 5 ( 07 DE DEZEMBRO DE 1966 E 13 DE DEZEMBRO DE 1968)

Os outros Atos adicionais aqui.

Fonte: Fundação Getúlio Vargas (FGV)


sábado, 3 de outubro de 2009

ENEM - DÚVIDAS!!!!

Como todos sabem, as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) que seria aplicado neste fim de semana foram canceladas porque o sigilo da prova foi violado. A história é toda esquisita e suscita, por enquanto, muitas dúvidas e desconfianças. No entanto, o que importa é na próxima segunda-feira, dia 06, o MEC promete divulgar a nova data do exame que deve ocorrer na segunda quinzena de novembro.

Reproduzo, abaixo, uma matéria do Estadão que esclarece as principais dúvidas que os alunos que estão concluindo o ensino médio ainda têm sobre o exame em virtude do cancelamento.

Professores recomendam estudar; tire suas dúvidas sobre Enem


SÃO PAULO - Apesar do atraso da prova do Enem, devido à divulgação da prova na quarta-feira, 30, as universidades tentarão aproveitar a nota do exame em seus vestibulares, e o contepudo cobrado na prova é o mesmo dos exames de seleção das grandes universidade. Portanto, a recomendação de professores de cursinho é que o aluno continue estudando.

O ministro da Educação, Fernando Haddad, aconselhou "usar o tempo para continuar se preparando para os vestibulares, para o próprio Enem, da mesma forma que fariam em qualquer outra circunstância. Vamos ter mais umas seis semanas pela frente. É frequentar aula, atualizar-se nos jornais, continuar aplicado na leitura, manter o ritmo de trabalho e esperar a remarcação das provas".

Abaixo, veja as principais respostas, até agora, sobre a crise criada pelo vazamento do Enem:

Quando será realizada a prova do Enem?

O Ministério da Educação não fixou uma data oficial, que deve sair nos próximos dias, mas o ministro da Educação, Fernando Haddad, mencionou um possível intervalo de 45 dias.

Quando devem sair as notas?

Em razão do adiamento, o resultado final das provas, inicialmente previsto para o dia 8 de janeiro, deve atrasar em cerca de um mês, diz o governo. Universidades que usam a nota do Enem para contar pontos em seus vestibulares podem ter acesso antecipado a alguns resultados, no entanto.

Por que o Enem ganhou tanta importância este ano?

Neste ano a prova passou por uma reformulação, mudou de formato - passando de 63 questões para 180, realizadas em dois dias - e será adotado como parte do vestibular para 42 das 55 universidades federais de todo o País.

O que fazer agora que a prova foi adiada? Estudar ou aproveitar para descansar?

Vera Lúcia da Costa Antunes, coordenadora dos Cursos Objetivo, conta que o melhor agora é esquecer o problema da prova e continuar a estudar com dedicação total. " Não dá pra relaxar. Como a programação do Enem bate com os grandes vestibulares, basta continuar dentro do programa de estudo para provas como Fuvest e Unicamp", diz.

O que estudar agora nesse tempo extra?

Luis Ricardo Arruda, coordenador da Unidade Tamandaré do Anglo, dá a dica: "O mais importante de cada tema, pois esse é o foco da prova do Enem. Não prestar muita atenção nas notas de rodapé." O coordenador lembra ainda que o aluno que não souber o que estudar deve procurar o professor de cada área e pedir orientação de estudo.

Já se sabe se a prova que vazou servirá como simulado? Caso sim, quando pretendem divulgá-la?

Sim. A prova foi disponibilizada pelo governo na noite desta quinta-feira, e pode ser acessada aqui .

Ainda há como mudar o município onde realizarei a prova?

O Inep informa que não haverá prorrogação no prazo para mudança de local de prova. A data limite era essa quinta-feira, 1º, até às 12 horas.

O Enem vai coincidir com os vestibulares da Unesp (08/11), Unicamp (15/11) e Fuvest (22/11)?

A estimativa de 45 dias leva o Enem para por volta de 17 de novembro, perigosamente perto das provas dos grandes vestibulares paulistas. O coordenador geral do Etapa, Edmilson Motta, considera que uma coincidência do Enem com uma dessas provas seria "criminoso". "Seria uma insanidade completa, o fim do mundo pedir para o aluno escolher entre a Fuvest e o Enem", disse.

Já Vera Lúcia da Costa Antunes, coordenadora dos Cursos Objetivo, acredita que não haverá problema, mesmo com a previsão de realização do Enem em 45 dias. "Eles já têm a prova pronta, o problema agora é de logística e segurança. Acredito que antes dessa previsão de 45 dias a prova seja realizada. Se coincidir com alguma universidade, ela muda. É claro que o aluno vai querer fazer o Enem e nenhuma faculdade vai querer perder aluno", afirmou.

As universidades pretendem alterar as datas de seus vestibulares?

Cada universidade decidirá independentemente como contornará o atraso provocado pelo Enem. É importante ficar de olho nas universidades em que está inscrito (ou em que pretende se inscrever) pois as datas poderão ser alteradas.

E como fica a situação das federais e estaduais paulistas?

A Fuvest, responsável pelo vestibular da Universidade de São Paulo (USP), pretende avaliar se o resultado da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) será considerada e usada em seu processo seletivo. A reitoria da USP informou que, por causa do adiamento do Enem, a pró-reitoria de graduação e a Fuvest vão entrar em contato com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), para verificar a possibilidade de compatibilizar os calendários e avaliar se a nota do Enem "será viável no Vestibular Fuvest 2010". Segundo a USP, os candidatos vão ser informados antecipadamente caso ocorra alguma alteração.

Já a Fundação Vunesp, que organiza o vestibular da Unesp informou, por meio de nota, que vai aguardar pela definição da nova data da prova do Enem para se manifestar sobre possíveis mudanças no calendário do vestibular deste ano. Segundo a Vunesp, os candidatos a vagas nos cursos oferecidos pela Unesp serão informados com antecedência caso ocorra alguma alteração.

Também por meio de nota à imprensa, a Comissão Permanente para os Vestibulares da Unicamp (Comvest), responsável pelo vestibular da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), informou que vai esperar pelo anúncio das novas datas de provas e da disponibilização das notas do Enem. Na Unicamp, a nota do Enem tem peso de 20% na primeira fase do processo seletivo.

Já a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) informou que vai manter o calendário previsto para o vestibular e que o adiamento do Enem não vai afetar o processo seletivo em nenhum dos dois modelos aplicados pela instituição: o unificado (que é o vestibular em fase única com a nota do Enem, e que é aplicado em 19 cursos ministrados na instituição) e no misto (que computa a nota do Enem, mais o resultado de uma prova e mais uma segunda fase de seleção e que é aplicado em sete cursos). Segundo a Unifesp, as provas da segunda fase serão realizadas nos dias 17 e 18 de dezembro deste ano e vão contar com questões de língua portuguesa, língua estrangeira, redação e conhecimentos específicos.

Na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), a assessoria de imprensa informou que, em princípio, não haverá alteração na programação do processo seletivo. A nota do Enem vale 50% da nota final do vestibular da instituição. Os outros 50% correspondem às provas que são aplicadas pela UFSCar.

A Universidade Federal do ABC decidiu que não haverá alterações em seu calendário.

Os pontos do Enem ainda vão ser aproveitados para compor a nota de outros vestibulares?

Cada universidade terá de decidir como pretende proceder. Além da questão da segurança da prova há o problema dos prazos - a nova data de divulgação dos resultados do Enem poderá conflitar com o calendário de liberação de listas de aprovados das escolas.

O meu desempenho pode ser afetado por essa mudança?

Além da possibilidade do Enem ser realizado em datas próximas a vestibulares importantes, adiar o exame além dos 45 dias previstos também poderá ser um problema para o vestibulando.

É no final do ano que se concentram a maior parte dos vestibulares, o que acaba sobrecarregando o aluno. "Fazer o Enem no meio de várias outras provas é exaustivo, desumano. Cai a produtividade e, consequentemente, o resultado do aluno", conta Arruda.

"O ideal seria mesmo que o Enem já acontecesse agora em outubro, antes dos outros vestibulares, até porque o aluno teria uma experiência de um grande vestibular", disse Motta.

domingo, 27 de setembro de 2009

Estatitas e privatistas

No início da década de 1950, quando Getúlio Vargas governava o Brasil pela segunda vez, embora agora legitimado por uma eleição direta com voto secreto, havia no país basicamente dois modelos de desenvolvimento econômico: de um lado havia os nacional-desenvolvimentistas, refratários ao invetimento do capital privado internacional, sobretudo em setores considerados estratégicos, como energia e transporte. Do outro, os liberais que defendiam uma participação importante de investidores privados internacionais na infra-estrutura do país e em setores estratégicos. Dito assim, desse modo, é um tanto simplista, eu sei. Há algumas filigranas nessa diferenciação, importantes. Contudo, para o que eu quero demonstrar, isso já é suficiente.

Durante o acalorado debate da década de 50, os esquerdistas tacharam nos liberais a pecha de "entreguistas", acusação leviana e estúpida, mas que pegou. Eles, por sua vez, se autoproclamavam nacionalistas, pois diziam, estavam defendendo as riquezas e a soberania do país, enquanto os outros queria entregar essa soberania e essas riquezas nas mãos do "espoliador capital financeiro internacional".

Em 2009, o Governo Lula reedita essas acusações com novos termos, mas que na essência é a mesma do início do Segundo Governo Vargas. Hoje os "entreguistas" são chamados de privatistas. O governo acusa a oposição de querer vender o patrimônio brasileiro, tirando do país e de seu povo as riquezas e a soberania. Como no passado, os que defendem uma maior participação do Estado se autoproclamam de nacionalistas ou de estatistas.

Abaixo, leiam com muita atenção um editorial do jornal O Globo, sobre o tema. É revelador.

Do blog do Noblat
Deu em O Globo

O Deus Estado (Editorial)

Por esperteza político-eleitoral, ideologia ou ambos — o mais provável —, há uma febre de “estadolatria” em Brasília. Talvez porque tenha funcionado no segundo turno de 2006 o estratagema de tachar tucanos de “privatistas”, a defesa do Estado passou a aparecer com mais frequência em discursos do presidente Lula e da candidata Dilma Rousseff.

Explora-se com alguma competência a idéia tosca, ainda existente na população, de que o “Estado é do povo”, assim como suas empresas. Confunde-se o “estatal” com o “coletivo”, como se não existisse a expropriação privada do bem público pelo patrimonialismo, exercido de maneiras mais sutis ou escancaradas, como nas mordomias do Executivo e o nepotismo no Legislativo e Judiciário.

Com responsabilidade de governante, é verdade que Lula não tem brincado em serviço: embora não deva discordar que os opositores do novo modelo de exploração do pré-sal, de figurino estatizante, sejam adjetivados de “entreguistas”, apressou-se a permitir que a participação de investidores estrangeiros dobre no capital do Banco do Brasil, pois se trata da única forma de abrir espaços para ampliar a capitalização do BB.

Em recente entrevista à “Folha de S.Paulo”, a ministra Dilma tratou de criticar a idéia do “Estado mínimo”, pressupondo que haja alguém, no mundo de hoje, que ainda defenda um modelo de laissez-faire com tinturas do século XIX. A preocupação que se tem é com o “Estado máximo”, com o qual autoridades de primeiro escalão do governo parecem sonhar.

Em outra entrevista, esta de Lula ao jornal “Valor”, o presidente anunciou o envio ao Congresso da “Consolidação das Leis Sociais” — não bastasse o engessamento do mercado de trabalho, em prejuízo dos trabalhadores, causado por uma outra “consolidação”, a CLT getulista.

Mais uma vez: pode ser tática eleitoral — para atiçar a oposição a se colocar contra o “povo” — e também ideologia. Trata-se de outro princípio da “estadolatria”, pelo qual toda “bondade” precisa ser transformada em lei, para que o Estado imponha seu cumprimento. Uma ilusão, como demonstra a CLT, principal causa de a metade dos trabalhadores sobreviver na informalidade.

Mas não é só discursos. Há efetivos avanços do Estado sobre espaços da sociedade. Um exemplo é a tentativa da Anvisa de proibir e regular anúncios de alimentos e remédios, embora a própria Advocacia Geral da União diga ser esta função exclusiva do Congresso. Está claro que os estatistas querem tutelar uma sociedade que consideram imatura e despreparada para cuidar da própria sobrevivência.



terça-feira, 22 de setembro de 2009

Arquivos de som e vídeo sobre Getúlio Vargas

Ano que vem, no Brasil, ocorrerá eleições gerais. O eleitor escolherá 26 governadores, 513 deputados e dois terços de Senado, além do novo Presidente da República. Será a sexta eleição direta para presidente desde o fim do regime militar. Campanhas publicitárias, jingles, filmes, panfletos, adesivos, toda sorte de propaganda política procurará mobilizar o eleitor brasileiro. Mas... e na eleições de 1950, quando Getúlio Vargas retornou ao poder pelo voto direto, como foi a campanha? A Fundação Getúlio Vargas, em seu site na internet, dispõe filmes e canções sobre a dita campanha. Destaco dois links. No entanto, recomendo todos!

O primeiro link (clique aqui) nos leva a uma famosa marchinha que enaltecia a figura de Vargas. A marchinha se chama Gêgê, uma forma de buscar uma intimidade entre o eleitor e o candidato Vargas.

O segundo link (clique aqui) nos leva a um filme publicitário, onde Getúlio Vargas aparece em sua propriedade em São Borja. Fique atento para a figura de Adhemar de Barros, governador de São Paulo pelo PSP que apoiou Vargas nessa eleição emtroca do apoio de Getúlio nas eleições de 1955.

Insisto. Clique aqui e conheça outros arquivos de som e vídeo sobre Getúlio Vargas.

Getúlio e a crise política

Fonte: FGV (Fundação Getúlio Vargas)

O cenário político que Getúlio Vargas encontrou no início dos anos 1950 era bem mais difícil do que o enfrentado por ele durante a década de 1930, uma vez que, no segundo caso, governaria em um sistema político aberto e sem o apoio da maioria no Congresso. A política trabalhista e o desenvolvimento econômico de cunho nacionalista que tentaria implantar nesse segundo governo encontraria forte oposição no Parlamento e nas Forças Armadas.

Afonso Arinos, deputado pela UDN,  discursando na Câmara dos Deputados. Rio de Janeiro, 1953. Apesar dos esforços despendidos pelo presidente no sentido de atrair seus opositores para o governo, em meados de 1952 já estava claro que a União Democrática Nacional (UDN), principal partido de oposição, não abdicaria de sua posição antigetulista. Esse quadro se agravaria com as tensões sociais provocadas pelo aumento da inflação e do custo de vida, que atingia particularmente as classes médias e o operariado. Diante da conjuntura política desfavorável e da necessidade de adotar políticas antiinflacionárias e, portanto antipopulares, Vargas decidiu, em junho de 1953, fazer uma reforma ministerial. Para o Ministério do Trabalho, nomeou João Vicente Belchior Goulart, conhecido como Jango.

João Goulart era um jovem estancieiro do Rio Grande do Sul, que se havia aproximado muito de Vargas durante o período em que este permaneceu em São Borja (1946-1950), e fora um dos principais articuladores da sua campanha para a presidência da República. Principal liderança do Partido Trabalhista (PTB) nos anos 1950, Jango era muito próximo dos sindicatos e representava, na reforma de 1953, o esforço do governo para neutralizar uma oposição de setores da esquerda que começava a despontar. Por outro lado, o novo ministro da Fazenda, Oswaldo Aranha, companheiro de Vargas desde a Revolução de 1930, defendia a estabilização econômica, dispondo-se a desenvolver um programa antiinflacionário.

Em janeiro de 1954, começou a crescer a pressão dos trabalhadores pelo aumento do salário mínimo. Manter o salário em níveis não inflacionários era condição indispensável para o êxito da política de estabilização desenvolvida por Oswaldo Aranha nos últimos meses. Entretanto, corriam boatos de que Goulart cederia às pressões populares e concederia um aumento para o mínimo de cerca de 100%.

A resposta não demorou a chegar. No mês seguinte, fevereiro de 1954, 82 coronéis e tenentes-coronéis, ligados à ala conservadora do Exército no Rio de Janeiro, assinaram um documento que ficou conhecido como Manifesto ou Memorial dos Coronéis. Nesse memorial, elaborado no dia 8 e divulgado na íntegra pela imprensa 12 dias depois, os coronéis alardeavam a "deterioração das condições materiais e morais" indispensáveis ao pleno desenvolvimento do Exército, onde "perigoso ambiente de intranqüilidade", começava a se alastrar. Os coronéis conclamavam seus superiores a promover uma "campanha de recuperação e saneamento no seio das classes armadas", com o firme propósito de restaurar os "elevados padrões de eficiência, de moralidade, de ardor profissional e dedicação patriótica, que (...) asseguravam ao Exército respeito e prestígio na comunidade nacional".

O memorial protestava principalmente contra o descaso do governo em face das necessidades do Exército, como, por exemplo, as de remodelar instalações precárias em todo território nacional, reequipar as unidades, cujo material bélico era em sua maioria obsoleto, e conceder reajuste salarial aos militares, que viviam em "eterna disparidade" em relação às forças armadas de outros países. Nesse sentido, teciam sérias críticas ao aumento de 100% do salário mínimo proposto por Goulart, que provocaria distorções salariais graves, fazendo com que um operário percebesse um salário próximo ao de um oficial do Exército.

Ministro da Guerra, Ciro do Espírito Santo Cardoso (à direita de farda), o presidente Getúlio e o ministro da Agricultura, João Cleofas (sentado de terno branco). Barra do Piraí (RJ), 26 jan 1952. Ante a repercussão do memorial nos meios políticos e militares, Vargas optou pela substituição imediata de seus ministros da Guerra e do Trabalho, Ciro do Espírito Santo Cardoso e João Goulart, ambos identificados com a política nacionalista de seu governo e envolvidos diretamente na questão do aumento salarial. Jango apresentou pedido de demissão, que foi aceito pelo presidente em 22 de fevereiro de 1954, mas em 1o de maio Getúlio anunciou em discurso inflamado o novo salário mínimo, nos termos propostos por João Goulart.

Apesar do sucesso popular da medida, houve forte reação do empresariado e dos meios políticos. Várias denúncias circulavam pelo país, entre elas a de que existiria um acordo entre Perón, Vargas e Goulart no sentido de implantar no país uma república sindicalista no Brasil. A partir desse momento, a oposição civil e militar retomou o movimento conspiratório que desembocaria na crise de agosto e no suicídio do presidente.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

O Período Democrático (1945 - 1964)

Em vídeo, aula do historiador Boris Fausto sobre o período posterior ao fim do Estado Novo, conhecido como Período Democrático, Terceira República e mesmo Período dos Regimes Liberal-Populista.

O período é explicado em três vídeos. Por ora, vou publicar os dois primeiros.

O governo Dutra e o Segundo Governo Vargas



De Getúlio à JK.



Bons estudos!!!!!










sábado, 12 de setembro de 2009

Cotas Raciais ou a Política Oficial de Segregação Racial.



Os livros acima são duas bibliografias indispensáveis sobre o tema.

O Programa Canal Livre, da rede Bandeirantes de Televisão, discutiu o Sistema de Cotas num debate onde foram convidados o professor da USP, Demétrio Magnoli, autor de Uma Gota de Sangue. História do pensamento racial no mundo. E Frei David, presidente da ONG Educafro. O debate está no youtube em nove vídeos. Acompanhe-os, por aqui.

Sobre o tema, já escrevi bastante no outro blog. Destaco, para referência, os seguintes textos:

A pergunta que não quer calar.

Os racistas são eles 3

Aqui você pode conferir outros posts sobre o tema.

Abaixo, os dois primeiros vídeos do debate na Band e os links para o restante dos vídeos.


Vídeo 1



Vídeo 2



Os demais links

Vídeo 3
Vídeo 4
Vídeo 6
Vídeo 7
Video 8
Vídeo 9

sábado, 5 de setembro de 2009

II Guerra em áudio e o relato de um sobrevivente polonês


A Charge acima faz uma alusão ao Pacto de Não-Agressão Germano-Soviético que permitiu a Hitler iniciar sua guerra contra o ocidente europeu enquanto garantia uma trégua com o front do leste.

Esse Tratado dividiu a Polônia entre alemães e soviéticos.

Acabei de publicar no site da escola um arquivo em MP3 onde o jornalista e historiador Marcos Guterman comenta os antecedentes históricos da II Guerra Mundial.

Na página do Estadão (clique aqui) você tem, em áudio, mais informações sobre esse conteúdo.

Abaixo, caso você tenha dificuldade em fazer o download, pode ouvir esse comentário.




Confira abaixo o relato de um sobrevivente polonês.


"Até que enfim serviram para algo"

O título não é meu, mas da matéria de Veja. Contudo, não achei título melhor.

A falta crônica de papel higiênico fez com que os cubanos encontrassem uma utilidade sanitária para as publicações comunistas

IMPRENSA MARROM

Fila para comprar jornais, em Havana: nas ruas, o Granma é revendido para ser usado no banheiro


Desde seu primeiro momento, a revolução cubana promete "acabar com a crise de abastecimento". Em vão. Exemplo notório do fiasco das economias comunistas, a ilha nunca conseguiu ser um país normal, no qual se encontra no comércio o suficiente para as necessidades da vida civilizada. Escolados por uma vida de filas e racionamentos, os cubanos aprenderam que tudo o que o governo diz deve ser entendido ao avesso. Quando Fidel Castro deu a "boa notícia" de que não iria faltar leite para as crianças, a mensagem real era que não haveria leite para ninguém, exceto para os menores de 7 anos. No mês passado, quando o governo anunciou a chegada para o fim do ano de um carregamento de papel higiênico importado, os cubanos entenderam que não há solução à vista para a falta crônica do produto sanitário básico.


Duas décadas sem papel higiênico ajudaram os cubanos a encontrar uma utilidade, digamos, escatológica para o jornal oficial do Partido Comunista, o Granma, e para o recém-lançado Dicionário de Pensamentos de Fidel Castro, um livrão de mais de 300 páginas muito apreciado por suas folhas finas e macias. O uso sanitário das publicações do governo é tão difundido que já deu origem a uma versão bizarra da lei da oferta e da procura: no mercado paralelo, o jornal da semana passada é vendido pelo mesmo preço que o da edição do dia. Na verdade, não importa a data da publicação se a finalidade for substituir o papel higiênico. Favorito para o asseio dos cubanos, o Granma tem oito páginas (dezesseis às sextas-feiras) e 400.000 exemplares diários. Seus artigos, pura ladainha comunista, são uma enorme chatice. As notícias, distorcidas pela propaganda oficial, não têm credibilidade. Mas o diário é bastante valorizado pela qualidade absorvente do papel em que é impresso e também pelas cores firmes, que não mancham o traseiro de seus, por assim dizer, leitores.


O Granma é ansiosamente esperado por uma fila que se forma a partir das 6 horas da manhã. A maioria é de aposentados, que complementam a pensão minguada com o comércio de jornais para uso sanitário. Nas ruas de Havana, cada exemplar é revendido por cinco vezes seu preço na banca. Na falta do Granma, os revendedores oferecem exemplares do Juventud Rebelde (o papel é igual ao do Granma, mas a tinta azul usada na sua impressão desperta suspeitas). Em situação de aperto, há quem utilize o Trabajadores. O semanário sindical é, contudo, desprezado devido a seu papel áspero e à tinta laranja que deixa marcas reveladoras nas mãos e nas roupas das pessoas.


Até mesmo na redação do Granma, os jornalistas e demais funcionários usam as sobras de papel da gráfica. "Meus amigos sempre faziam piada, dizendo que se lembravam de mim quando iam ao banheiro", disse a VEJA o jornalista cubano YPP, que trabalhou no Granma até 2006. Por temor de represálias, ele pediu para ser identificado apenas pelas iniciais. Autor de uma matéria na qual fazia críticas veladas ao regime, YPP recebeu uma punição típica das ditaduras comunistas: foi proibido de trabalhar não apenas na imprensa, mas em qualquer lugar. Hoje vivendo no exterior, ele lembra como sua avó cortava cada folha do Granma em quatro pedaços e deixava uma pilha no banheiro para os netos usarem.


Uma única fábrica produz papel higiênico em Cuba, mas em quantidade insuficiente para a demanda. Até recentemente o produto podia ser encontrado nas lojas especiais, nas quais o preço é cotado em dólar. Apesar de ele custar caro demais para o bolso de um trabalhador, muitas famílias mantinham em casa pelo menos um rolo, para uso das visitas. Mas neste ano a maioria das lojas especiais fechou por falta de mercadoria. Papel sanitário é apenas um item da lista de produtos de higiene escassos em Cuba. Por falta de sabonete, os cubanos tomam banho com sabão de coco. As mulheres cortam pedaços de toalha para servir de absorvente. Não há expectativa de melhora. Nos primeiros três meses do ano, o turismo caiu 13% e a mesada venezuelana baixou para a metade. A ineficiente produção agrícola obriga o país a importar 80% dos alimentos. A produção industrial caiu 50% desde 1989 e o PIB é agora 35% menor. Para completar, o presidente Raúl Castro mandou reduzir o consumo de eletricidade nas fábricas em 12%. "Nenhum país do mundo consegue crescer com um corte de eletricidade desse tamanho", disse a VEJA o economista cubano Oscar Espinosa Chepe, de Havana. Cuba não é uma ilha. É um barco afundando com água por todos os lados. A boa notícia? Não vai faltar jornal.

PS: Uma utilidade para a Imprensa cubana

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Dois homens e duas utopias assassinas!

Se não for uma fraude...

Do blog do Noblat

Uma imagem extraordinária que mostra um jovem Adolf Hitler jogando xadrez com Vladimir Lenin, há 100 anos, foi recentemente revelada e está sendo leiloada por cerca de R$ 122 mil. A foto, que teria sido tirada pela professora de arte do ditador alemão, a judia Emma Lowenstramm, em Viena, no ano de 1909, contém as assinaturas de ambos os políticos no verso.

Leia mais aqui.

sábado, 29 de agosto de 2009

Algumas idéias centrais do livro Uma Gota de Sangue

(leia primeiro o post abaixo)

A INVENÇÃO DA RAÇA

"O conceito contemporâneo de raça como famílias humanas separadas pela ancestralidade que mantêm relações hierárquicas entre si surgiu e se consolidou no quadro do evolucionismo darwinista da segunda metade do século 19. A ciência oficial criou a raça. Esse período coincidiu, e não por acaso, com o imperialismo europeu na África e na Ásia.

Muitos imaginam que o conceito de raça surgiu com a escravidão moderna. É falso. A ideia de raça não veio para explicar ou justificar a escravidão e sim para explicar e justificar o imperialismo europeu, que vinha na esteira do iluminismo e da ideia de igualdade natural entre os seres humanos. Isso tinha consequências explosivas. Como dominar uma nação se todos são iguais? Não pode haver dominação. Então precisaram de algo que relativizasse a igualdade, que, afinal, ‘é um bom princípio, mas a ciência nos mostra que ele é falso, pois na verdade não existem pessoas iguais’.

Curioso notar que só nas sociedades fundadas sobre a ideia de igualdade se torna necessário invocar o mito da raça. As sociedades fundada sobre a diferença, como todas até o iluminismo, não precisam dele. O ‘racismo científico’ se fez necessário para justificar um dos grandes processos do mundo contemporâneo, o da expansão do poder econômico das grandes nações europeias.

DESINVENÇÃO E REINVENÇÃO

"O conceito de raça foi desinventado no final da 2ª Guerra como reação ao nazismo, ao Holocausto, aos campos de extermínio. O mundo olhou para trás e disse: ‘Essa ideia de que a humanidade está dividida em raças produz sangue em grande escala, não aceitamos mais isso’. A raça então foi desconstruída, combatida nas grandes declarações sobre direitos humanos, algo a ser abolido das sociedades democráticas. Mas 20 ou 30 anos depois ela foi reiventada pelo multiculturalismo e suas políticas descritas como ações afirmativas. Essas políticas voltaram, agora sob a alegação de fazer o bem, às ideias raciais do século 19. No momento em que a genética decifra o DNA e afirma que a raça não existe, que a cor da pele é uma adaptação superficial a diferentes níveis de insolação, e que é controlada por 10 dos 25 mil genes do ser humano, a raça reaparece pelo viés cultural, como algo essencial e imutável de um povo, como gene novamente. A Bolívia, por exemplo, está se reinventando com base num conceito racial, está se tornando um país polarizado entre ameríndios e brancos. No Brasil essa proposta está codificada como Estatuto da Igualdade Racial - uma frase inviável. Raça e igualdade são palavras de universos distintos. Igualdade é democracia. Raça é diferença. Ou existe igualdade ou existe raça. O perigo do multiculturalismo é que ele quer eliminar o mestiço. Os multiculturalistas dizem que ‘esse negócio de igualdade é uma falsificação, pois não existe no mundo real; no mundo verdadeiro as pessoas não são iguais’. Eles querem abolir a igualdade, preferem a diferença. Um pensamento do século 19.

A REVIRAVOLTA OBAMA

"Nos anos 60, o que Martin Luther King fez o tempo todo foi pedir que os Estados Unidos respeitassem o princípio da igualdade previsto na Constituição americana, ou seja, ele pretendia abolir o conceito de raça da política. Barack Obama foi mais longe ao se definir como mestiço. Foi uma afirmação revolucionária, porque a mestiçagem não existe no censo e nas leis americanas. Lá, ou você é branco ou é negro, pois para se fazer leis raciais elimina-se a mestiçagem, definindo claramente a raça de cada um. E a mestiçagem é a indefinição, a não-raça. Então, quando Obama diz que é mestiço, filho de mãe branca e pai negro, ele dá um passo além de Luther King. Não se trata só de eliminar a raça da política, mas também da consciência das pessoas.

O BRASIL SE QUER MESTIÇO

"No Brasil, os racialistas propõem que as estatísticas demográficas tomem pardos e pretos como negros. Eles precisam transformar o quadro intermediário, cheio de tons indefinidos, em algo mais simples, com duas cores, para sustentar o mito da raça. Só que 42% dos brasileiros se dizem pardos, ou seja, não se classificam em raças. Vão dizer que se declarar pardo é uma proteção contra a discriminação racial, que é pior com os negros. Mas comparando os censos de 1940 e 2000 vemos que a proporção de brasileiros que se declaram pretos se reduz e a dos que se declaram brancos também. Dizer que o número de pardos aumenta porque as pessoas querem ‘embranquecer’ para fugir do preconceito é um argumento de quem lê as estatísticas só até a metade. O Brasil caminha para um momento em que 90% da população vai se dizer parda. E esse é o grande problema para lideranças do movimento negro que defendem as leis raciais. Não se faz lei racial num país em que as pessoas não definem sua raça.

NÃO SOMOS RACISTAS

"Há racismo no Brasil. O que não há é um conceito popular de que estamos separados por raças, como nos EUA. Assim, não somos racistas no sentido de a maioria dos brasileiros não interpretar o Brasil pelo prisma da raça; e também no sentido de o Estado brasileiro não ter feito leis raciais ao longo da história. Não somos racistas, embora existam racistas no Brasil. O racismo aparece na operação ilegal de certas instituições, claramente a parte da polícia que ainda prefere parar o jovem negro a parar um jovem branco. Mas o fato é que o racismo no Brasil está sempre ligado à questão socioeconômica. A violência policial baseada no preconceito racial é muito clara nas periferias e favelas. Pessoas que não têm pele branca, mas vivem em bairros de classe média, estão menos sujeitas a uma abordagem racista da polícia. Cada vez que o racismo se manifesta aqui é um escândalo, o que mostra o caráter antirracista da nação. Isso é uma vantagem, mas os defensores de leis raciais acham o contrário. Dizem que é melhor um racismo explícito à la americana do que o racismo envergonhado à la brasileira. O racismo explícito ajuda a definir interesses de raças - necessários aos que se dizem líderes raciais.

A ETERNA QUESTÃO REGIONAL

"No Brasil a desigualdade é essencialmente socioeconômica - e é terrível . Não é racial. A maioria dos pretos e pardos do País está no Norte e no Nordeste, as regiões mais pobres, enquanto a maioria dos que se declaram brancos está no Sul e no Sudeste, as regiões mais ricas. A partir disso algum perturbado poderia sugerir a criação de cotas para nordestinos. Os filhos de Tasso Jereissati, Ciro Gomes e José Sarney adorariam, porque as cotas sempre favorecem a nata do grupo privilegiado por elas. Eu não estou dizendo que não haja maior incidência de pobreza entre pretos e pardos. Há, mas em função do que ocorreu no fim da escravidão - quando os descendentes de escravos, por falta de ensino público abrangente e por falta de reforma agrária, não foram incluídos na sociedade que se modernizava - e não em função do racismo atual.

DISCRIMINAÇÃO REVERSA

"As cotas raciais não são um meio válido para corrigir diferenças socioeconômicas porque nunca reduziram pobreza em lugar nenhum onde foram implantadas. Elas beneficiam a nata do grupo privilegiado. A cota racial para ingresso em universidades públicas não está tirando vaga dos ricos, dos filhos de empresários. Esses, ou fizeram colégios e cursinhos tão bons que conseguirão passar no vestibular mesmo com um número de vagas menor em disputa ou cursarão universidade no exterior. O que a cota faz é instalar uma competição dentro da classe média baixa, uma competição racial dentro de um grupo social que veio do ensino público, entre os filhos de trabalhadores da classe média baixa. São aqueles que terminam o ensino médio. Não sejamos demagogos: vamos tirar os miseráveis dessa história, porque eles não terminarão o ensino médio, eles não serão beneficiados pelas cotas. Então, quem acaba beneficiado é o jovem de classe média baixa da cor ‘certa’ em detrimento do jovem de classe média baixa da cor ‘errada’. É a discriminação reversa.

À CAÇA DE VOTOS E PODER

"Os racialistas dizem estar fazendo justiça social por meio do sistema de cotas. É falso. O que as leis raciais visam é criar zonas de influência política e eleitoral. Isso acontece no Brasil, cada vez mais na Bolívia e em outros lugares onde falar em nome de uma etnia ou raça é desenvolver uma clientela política, é dizer ‘votem em mim porque eu defenderei os interesses desse grupo que eu acabei de definir’. A função é produzir lideranças políticas, carreiras política, poder político. Você não precisa falar para a sociedade como um todo, explicando que vai defender os interesses gerais dos cidadãos e assim competir com um monte de gente que diz a mesma coisa.

FRONTEIRA NO ÔNIBUS

"Ações afirmativas socioeconômicas, como cotas sociais e políticas de melhoria rápida e dramática das escolas públicas nas periferias, ajudariam mais os pobres a ingressar no ensino superior. Fazer isso por meio de ações afirmativas raciais leva o aluno branco a olhar para o lado e pensar: ‘Este é quem não tinha o direito de estar aqui, mas está porque tem a cor que agora virou "certa"; e eu estou separado dele não só pela cor da pele, mas pelas leis deste país, que o colocam num grupo com certos privilégios; ele está aqui porque alguém da minha cor de pele, mas com a mesma renda dele, não está’. Esse é um grande risco: cotas raciais traçam uma fronteira dentro dos ônibus, dentro dos bairros periféricos, no meio do povo, porque vizinhos de bairro e colegas de trabalho com a mesma renda vão se olhar e entender que estão separados pela cor da pele. Isso é instalar no meio do povo o ódio racial."

O racialismo é tão nefasto quanto o racismo! Previna-se!


Todos os meus alunos sabem que não concordo com o Sistema de Cotas Raciais. Sou radical a ponto de sequer admitir as chamadas cotas socias. O mérito é o único critério que deve existir para o ingresso nas faculdades públicas.

Já recomendei em sala o livro NÃO SOMOS RACISTAS, do jornalista Ali Kamel. Um livro simples e de poucas páginas, mas valioso no combate aos argumentos falaciosos dos racialistas.

Sobre o mesmo tema, acaba de ser lançado o livro Uma Gota de Sangue - História do Pensamento Racial (Editora Contexto, 400 págs., R$ 49,90), do sociólogo da USP, Demétrio Magnoli. Na obra, ele analisa a questão do racismo e do racialismo sob o ponto de vista histórico, sociológico e biológico.

Um livro de fôlego e imprescindível para alunos e professores.

Na livraria cultura você pode comprar o livro aqui.

Abaixo, matéria sobre o livro em O Estadão.

Uma gota de discórdia

Crítico do sistema de cotas nas universidades brasileiras esquadrinha a história do racismo

Christian Carvalho Cruz, O Estado de S. Paulo

SÃO PAULO - Cinco anos atrás, ao matricular sua filha em um colégio paulistano, o sociólogo e colunista do Estado Demétrio Magnoli se deparou com uma "aberração". Por orientação do Ministério da Educação, o formulário trazia um campo pedindo a raça do aluno. Magnoli tascou um "humana" na ficha e voltou para casa decidido a escrever Uma Gota de Sangue - História do Pensamento Racial (Editora Contexto, 400 págs., R$ 49,90), que chega às livrarias na quarta-feira, 2.

Libelo contra o que o autor chama de mito das raças - a necessidade de diferenciar seres humanos por sua ancestralidade, por uma única gota de sangue -, o livro mergulha fundo nas origens do racismo e seus desdobramentos nos tempos atuais. "Raças não existem. O que existe é o mito da raça, uma invenção recente, nascida há 150 anos junto com a expansão das potências europeias na África e na Ásia e usada para conquistar poder político e econômico", diz Magnoli.

Uma Gota de Sangue mostra como essa invenção teria sido desinventada no pós-guerra e reinventada pelos movimentos multiculturalistas de 30 anos mais tarde, culminando em um tema caro a Magnoli: a crítica ao sistema de cotas raciais adotadas em universidades públicas brasileiras. Para ele, uma política de Estado que "cria uma clientela eleitoral" e "instala o ódio racial no meio da classe média baixa trabalhadora".

O autor sustenta ainda um polêmico paradoxo: o de que os defensores de leis raciais de hoje resgatam o discurso que ontem ajudou a justificar a segregação entre brancos e negros. "Para os multiculturalistas, a igualdade é uma falsificação, pois não existe no mundo real; no mundo verdadeiro as pessoas não são iguais, dizem. Por isso eles querem abolir a igualdade, preferem a diferença. É um pensamento do século 19", afirma. "Mas raça e igualdade são palavras de mundos distintos. Igualdade é democracia. Raça é diferença. Ou existe igualdade, ou existe raça." A seguir, os principais trechos da entrevista de Magnoli ao Aliás.


sexta-feira, 28 de agosto de 2009

II Guerra Mundial - Links

A Segunda Guerra Mundial que a muitos instiga. É bom que seja assim. Conhecer a história desse conflito, entender suas causas e analisar suas consequências ajudará a todos no repúdio aos os crimes contra a humanidade que essa guerra provocou.

Aprofundem o conhecimento de vocês sobre esse tema, clicando aqui. Na página vocês podem navegar livremente, escolhendo com liberdade aquilo que mais lhes interessar. Apenas como sugestão, indico abaixo alguns links.

Acompanhem com atenção as animações que estão aqui.

Sobre o Holocausto não deixe de ver as fotos clicando aqui.

Aliás, sobre a história do Holocausto, leia mais aqui.

Bons estudos.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

A doutrina do mal!

O Maligno sempre convence os jovens prometendo um futuro promissor, desde, é claro, que eles, os jovens, obedeçam sem questionar.

Abaixo, assistam a um discurso de Adolf Hitler para a juventude hitlerista. Ouçam com atenção e vacinem-se contra a doutrinação maligna!

É a Treva!

Vejam uma pequena amostra do que recebi por causa do post "Uma pobre vítima do esquerdismo bocó".

Que asneira fascista!

È óbvio que o poder popular instaurado pela revolução proletária na URSS é muito mais democrático. Uma ditadura proletária contra a burguesia. Democracia para todo o povo!

No mínimo você não passa de intelectualóide de porta de livraria que fica arrotando sabedoria sem sequer conhecer a realidade do povo brasileiro que está sendo perseguido nas favelas, criminalizado, jogado às drogas promiscuidades e degenerações. A posição do Israel é muito mais científica que essa verborragia sua. Citações como essa: "Se o capitalismo que você aprendeu a deplorar em sala de aula lhe faz mal, muito bem: há sempre uma solução viável. Que tal uma temporada em Cuba para conhecer in loco as maravilhas desse sistema? Clique aqui e veja como eles estão lá." são completamente descoladas da realidade da luta de classes no mundo e da experiência histórica das regimes socialistas plenos, como os da URSS (até 1953)sob o comando do grande general Stálin, que derrotou o nazismo de Hitler, e da China (até 1976)sob o comando do genial guia dos povos, Mao Tse Tung.

Podemos continuar esse debate!

Debater com você? Eu, um intelectualóide de porta de livraria? Não. Você e a sua ignorância não teriam o que aprender comigo.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Não sejam injustos comigo!

Ter um blog é sempre um risco. Você se expõe de uma forma tão grande que fica sujeito a uma série de mal-entendidos e incompreensões. O risco, porém, aumenta, quando o autor da página não se esconde atrás do politicamente correto ou do bom-mocismo. Tudo piora, se o chamado blogueiro não corresponde à metafísica influente. Aí vocês já viram, né? Sou chamado de arrogante, presunçoso, intolerante, reacionário, esses epítetos carinhosos.

Na minha atividade de blogueiro, isso já tem 3 anos, escrevo muitas vezes de forma dura, ácida e quase sempre irônica; o que, é claro, causa desconforto em muita gente, sobretudo naqueles que acham que a polidez é sempre a melhor alternativa. Confesso que quando escrevo não avalio bem o tom hostil de minhas palavras. Quando termino, é que percebo o quanto fui áspero nos termos e nas comparações.

O post que escrevi em resposta a um comentário anônimo gerou uma série de manifestações que decidi não publicar ou porque eram parvas e poderiam ameaçar a formação intelectual dos alunos que lêem esse blog, ou porque o comentarista pediu para que eu não publicasse. Tenho todas arquivadas, porém.

Entretanto, tenho o dever de me defender de algumas injustiças que sofri nesses comentários. Sem alimentar a ambição,contudo, de convencê-los ou de levá-los para o meu lado. Não pastoreio almas! Quero e desejo que cada um (os alunos em particular), tenha condições de seguir o próprio caminho.

Vamos aos esclarecimentos.

Nunca li 500 livros, como disseram de forma hiperbólica, tentando com isso me colocar num patamar de superioridade diante daqueles que não leram tanto. Para falar a verdade, nunca fiz essa contabilidade. O fato de uma pessoa ter lido 500 livros não torna, obrigatoriamente, o pensamento dessa pessoa melhor do que o de outra sem tantas leituras. Aliás, o filósofo Arthur Schopenhauer recomendaria inclusive, o oposto. Ele diria que quem lê muitos livros pensa pela cabeça dos outros, não por sua própria cabeça. Ensina ainda o filósofo alemão que a pessoa deveria ler menos e pensar mais. Todavia, é inegável que quem tem uma bagagem de leituras maior terá mais condições de discutir um tema do que quem não tem. Se uma pessoa que leu 500 livros não consegue ser mais clara e precisa nos seus argumentos do que uma pessoa que não leu 5, alguma coisa está errada!

Nenhum aluno, nenhum mesmo, poderá se levantar na sala, sob pena de estar sendo injusto, e dizer que o meu jeito contundente de expor algumas idéias impede que ele manifeste na sala ou nesse blog, as suas opiniões, como bem sabe alguns alunos que discordam claramente de mim em alguns momentos.

Aqui no blog, quando um beócio vem comentar com argumentos rasteiros de quem aprendeu história ou economia política num acampamento do MST, chuto mesmo o traseiro. No entanto, com um aluno ou com um amigo, procuro sempre ser gentil, sem deixar de ser claro. Os alunos que me prestigiam nesse espaço merecem o meu respeito não o meu achincalhe. Por uma razão simples: o estudante não tem a obrigação de saber certas coisas. Se ele, porventura, tem uma visão sobre um determinado tema, deficiente, meu papel é apontar as deficiências, jamais ridicularizá-las.

Quando os alunos lêem os meus posts mais duros, estou combatendo idéias, corrigindo equívocos, sempre dizendo onde eles se encontram. É claro que pode haver um ou vários que discordem, mas apresento fatos, dados, provas que se não são suficientes, paciência. O que eu não posso é mentir. Não posso corromper a verdade ou adaptá-la às minhas convicções.

A ilação de que se um aluno quiser dar sua opinião aqui no blog e se essa opinião vier a se contrapor à minha, será tratado com desrespeito e descortesia, é injusta. Procurem nos arquivos uma só vez que um aluno foi destratado aqui nesse blog. Podem procurar e me digam, ok?

Não fico nem um pouco chateado, ao contrário, fico até feliz quando um aluno procura argumentos para se contrapor às minhas convicções. É uma prova de que esse aluno procura, antes de tudo, construir seu próprio caminho, livre de qualquer tipo de dependência intelectual. A pior coisa que pode acontecer para o desenvolvimento intelectual de um estudante é o pensamento único. Nesse aspecto, acho que o meu papel é ser a voz que destoa.

É público e notório que em muitos aspectos sou um professor tido como "do contra”. Não me acabrunho com rótulos. Que bom que os meus alunos podem, nas minhas aulas pelo menos, ter uma visão de mundo diferente. O que me incomoda é a mentira e a deturpação da verdade. Quando as vejo, denuncio com o meu jeito um tanto desajeitado de escrever e de falar.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Mais dois vídeos sobre a Guerra Civil Espanhola




A Guerra Civil Espanhola - Ensaio para a II Guerra!



Acima, um vídeo com imagens da Guerra Civil Espanhola. Abaixo, um pouco sobre a vida da mulher que faz o discurso no vídeo. Dêem uma conferida.

*"A Passionaria — Dolores Ibarruri Gómez — é certamente uma das figuras mais tétricas da história recente.

Durante a feroz perseguição comunista aos católicos ocorrida na Espanha, em
1936, que redundou numa guerra civil, a Passionária conseguiu a proeza nada fácil de destacar-se entre os perseguidores, pelo seu particular ódio à Religião e seus métodos sanguinários contra sacerdotes e fiéis. Além de incendiar igrejas."

*O trecho acima eu retirei de um site católico, que certamente não morre de amores pela líder comunista espanhola. Todavia, as acusações contra ela, estão rigorosamente corretas!

La Pasionaria morre aos 93 anos

Jornal do Brasil: 13 de novembro de 1989



Dolores Ibarruri, La Pasionaria, a lendária líder comunista espanhola, ficou famosa com os seus discursos na Rádio Republicana de Madrid, durante a Guerra Civil Espanhola (1936-1939). "É melhor morrer em pé do que viver de joelhos" e " Não passarão!". Tornou-se uma figura emblemática para os soldados e milicianos que defendiam a República, e "No passarán!" passou a ser o lema da resistência da capital espanhola que, atacada logo no início do conflito, resistiu por três anos, até o final da guerra.

Dolores morreu de pneumonia, aos 93 anos, depois de três meses de internação em um hospital de Madri. Austera e com grande talento como oradora, tinha sobrancelhas cerradas, vestia-se de preto e usava brincos de prata. La Pasionaria foi o pseudônimo adotado por Dolores ao escrever seu primeiro artigo para o jornal El Minero Vizcaino, numa Sexta-Feira da Paixão.

Nasceu pobre na região das minas de ferro do País Basco e, como ela mesmo dizia, desafiou o seu destino de costurar, parir e chorar, e entrou para a política. Queria ser professora, mas teve de largar os estudos para trabalhar como costureira. Casou-se com um líder socialista que a introduziu ao Marxismo, e teve seis filhos. Aderiu ao comunismo em 1920 e em 1930 foi eleita membro do Comitê Central do Partido Comunista da Espanha. Foi eleita deputada pela Frente Popular em 1936. Com a vitória de Franco, exilou-se na União Soviética, retornando à Espanha somente em 1977, já no regime democrático, quando foi eleita novamente deputada.

Guerra Civil Espanhola

A Guerra Civil Espanhola teve como causa próxima o conflito entre as forças nacionalistas de direita e o regime republicano eleito, de tendência socialista e anticlerical. A guerra começou com o levante do exército espanhol no Marrocos em julho de 1936, e, apesar dos êxitos inicias, se estendeu por três anos. A Alemanha de Hitler e a Itália de Mussolini apoiaram os direitistas, enquanto a União Soviética apoiou os republicanos. Nas Brigadas Internacionais lutaram voluntários de diversos países, inclusive brasileiros, na defesa da Republica e dos ideais socialistas.

O confronto deixou mais de 500 mil mortos e constituiu um ensaio bélico para a Segunda Guerra Mundial, que viria logo em seguida. Nesta perspectiva se enquadra a destruição de Guernica pela aviação nazista, quando pela primeira vez se efetuou um bombardeio aéreo cerrado contra uma cidade aberta, provocando a morte de 1.600 pessoas, a grande maioria civis.


«Guernica» é um painel pintado por Pablo Picasso em 1937 por ocasião da Exposição Internacional de Paris. Foi exposto no pavilhão da República Espanhola. Medindo 350 por 782 cm, esta tela pintada a óleo representa o bombardeamento pela aviação alemã da cidade espanhola de Guernica, durante a Guerra Civil Espanhola, em 26 de Abril de 1937.

Picasso ajudou o massacre de Guernica a ganhar notoriedade. Não fosse ele, talvez, a cidadela seria apenas mais um ponto indefeso e pacato perdido no norte da Espanha. O pintor, ao conceber aquela que muitos apontam como sua obra-prima, fez da cidade basca um símbolo de covardia e destruição, um manifesto contra a opressão e a guerra.

sábado, 15 de agosto de 2009

José Murilo de Carvalho, uma entrevista.

A entrevista abaixo foi publicada em o Diário do Nordeste, como é possível conferir aqui.

ENTREVISTA -JOSÉ MURILO DE CARVALHO, HISTORIADOR (10/8/2009)

Paradoxos da democracia

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JOSÉ MURILO de Carvalho: "A democracia no Brasil ainda é muito precária" (Foto: Chico Silva)

O historiador José Murilo de Carvalho é um incansável pesquisador sobre a construção da cidadania no Brasil. Nesta entrevista, ele expõe problemas relacionados ao Brasil do oitocentos, os difíceis primeiros anos da República e explica os diversos dilemas da democracia brasileira

A passagem da Monarquia para a República se deu, como sabemos, através de um golpe militar. O jornalista Aristides Lobo, inclusive, cunhou a expressão "bestializados". Ele referia-se ao povo que nada sabia do golpe. O senhor utilizou a expressão de Aristides para o título de um livro sobre o assunto. Quer dizer, o Brasil simplesmente dormiu monarquista e acordou republicano...

Esse é um tema muito complexo. Veja que o Manifesto Republicano é de 1870. Desde então, assistiu-se a uma propaganda aberta a favor da República. Jornais e clubes republicanos, tanto na Corte, quanto em São Paulo e alguns Estados do País - Rio Grande do Sul e Minas Gerais, principalmente - pregavam o fim da Monarquia e o advento do regime republicano. A própria Monarquia, abordei isso no meu livro, estava perdendo rapidamente a legitimidade das camadas letradas do País. Após a Abolição, ela perdeu também a legitimidade entre os proprietários rurais, ex-proprietários de escravos. Além disso, existiram conflitos com a Igreja. Outro problema era relativo à sucessão de Pedro II. As elites intelectuais e econômicas do País não viam com bons olhos um terceiro reinado com a princesa Izabel, uma mulher casada com um francês, o conde D`Eu. Havia um certo caldo de cultura contra o Império. Agora, o que ocorreu em si foi o envolvimento militar. Eles acabaram, por proclamar a República em 15 de novembro de 1889, quando um grupo de militares do Exército brasileiro, liderados pelo marechal Deodoro da Fonseca, deu um golpe de Estado e depôs o D. Pedro II. Muitos republicanos não sabiam do movimento militar. Nem um dos maiores republicanos, Silva Jardim.

Por que D. Pedro II não coibiu o movimento republicano?

Ele deixava correr. Em relação a essas coisas era muito "zen", como diríamos hoje. Para ele, era um movimento de jovens, sem grande importância. Por outro lado, desde 1877 ele se encontrava doente. Realmente, não estava controlando a situação. Até o último momento não acreditou no que estava ocorrendo. Por causa do golpe, Aristides Lobo cunhou a expressão "Bestializados". Realmente, as pessoas não sabiam do que se tratava. Agora, não devemos interpretar isso como se a Proclamação da República fosse algo que não tivesse base, nenhuma raiz. Isso seria exagero.

A problemática está numa pergunta: como foi programado o golpe, já que deixou de fora civis e políticos republicanos?

Na verdade, nunca ocorrera algo parecido na história brasileira. Em conseqüência, os primeiros dez anos de República foram de uma permanente perturbação da ordem. Guerras civis, revolta armada no Rio de Janeiro, revolução federalista no Sul, Canudos, na Bahia. Foram anos de grande inconstância. Talvez porque o processo tenha sido feito de uma maneira um tanto estranha, quer dizer, alheia à própria movimentação dos republicanos civis. Muitos deles só queriam a República após a morte de D. Pedro II. Aí, sim, fariam a transformação do regime monárquico para o republicano de uma maneira pacífica, menos radical. Por isso, tanta polêmica em torno do 15 de novembro. Alguns interpretam o 15 de novembro como algo que tenha caído do céu. É preciso analisar todo o contexto. Tínhamos partidos republicanos já organizados.

Para alguns, o grande paradoxo é que D. Pedro II centralizou muito o poder na Corte...

Eu não diria que ele centralizou o poder. Quando assumiu o poder, o processo de centralização tinha sido realizado pelos grupos da elite política, desde 1837, com o chamado regresso conservador. Pedro II só assume realmente o poder a partir dos anos 50 dos oitocentos. Não que ele desejasse, mas de certo modo foi obrigado. Havia um certo vácuo. Na minha interpretação, conservadores e liberais viviam às turras. Foram muitas revoltas envolvendo os dois partidos. D. Pedro II foi uma espécie de juiz entre essas duas facções. Tinha o Poder Moderador, cujo sentido era muito concreto: permitia que essas duas facções assumissem o poder em turnos e uma não excluísse a outra.

A República herdou muita coisa do Império. O sistema patrimonialista brasileiro, por exemplo...

Vamos por etapas: a abolição da escravidão foi uma revolução social. Com a Proclamação da República, não tivemos revolução nenhuma. Foi apenas uma mudança política. Tirou-se do poder um monarca, hereditário, e se colocou um presidente com período marcado para exercer o poder. Os presidentes ficavam apenas quatro anos no poder. Mesmo assim, muita coisa não mudou. Exceto a distribuição do poder entre os Estados. Quer dizer, a grande transformação foi a implantação do federalismo. Criou-se, a partir de Campos Sales, a famosa aliança política entre os Estados e o que muitos chamam da política café com leite. Os principais Estados, como Minas e São Paulo, comandavam o processo político.

E nos demais Estados?

O Sérgio Buarque de Holanda tem uma frase curiosa: o Império dos senhores de terra no Brasil adquiriu maior poder com o fim do Império. Nesta quadra se formaram as oligarquias regionais. Muitas delas condicionavam o comportamento do presidente da República.

Vivenciamos duas fortes ditaduras - a de Vargas (Estado Novo) e a militar a partir de 64. O Brasil começou a desenvolver um processo democrático nos meados dos anos 80 do século passado...

Democracia é algo que nunca se completa. É um caminho que vamos trilhando com idas e vindas, progressos e retrocessos. Se entendermos democracia como um sistema comandado pela lei, com ampla participação popular, mesmo fora dos períodos eleitorais, liberdade de imprensa, é uma coisa... Se analisarmos a democracia de um ponto de vista mais amplo, é outra. Significa não apenas a participação política das pessoas, mas o que chamaria de cidadania e igualdade civil, passando por uma melhor distribuição de renda e acesso à Justiça. Ora, isso não temos no Brasil. Pessoas com recursos escapam facilmente das malhas da justiça. Assistimos a milhões de escândalos nos últimos anos. Pergunto: quem está na cadeia? Ninguém. A desigualdade econômica é terrível. Temos distâncias quilométricas entre o topo e a base da pirâmide. Então, a democracia no Brasil ainda é algo muito precário. Nossas câmaras legislativas estão envolvidas há muito em um rosário de escândalos. Ainda temos que avançar muito no nosso processo democrático.

Numa análise mais macro tudo indica que esse processo tem raízes no passado.

Fomos submetidos a golpes militares. Depois de 1945, vivenciamos uma expansão democrática. Assistimos ao golpe de 64. Foram 21 anos. Depois, a democracia foi restabelecida. O impeachement de Collor foi absolutamente dentro da lei. Até hoje, felizmente, não passamos por novo golpes.

O senhor escreveu uma biografia sobre Pedro II que, logo, transformou-se num best-seller. Por que os historiadores têm tanto medo das biografias?

A biografia é de modo geral algo que interessa muito às pessoas. Os historiadores brasileiros não se aventuram muito a escrever biografias. Olham de uma maneira meio atravessada. Como se o gênero não estivesse à altura deles. Sempre foram os jornalistas que exploraram o gênero biográfico. E com muito sucesso. As pessoas, afinal, gostam de saber da vida dos outros. A Companhia das Letras me encomendou a biografia sobre D. Pedro II. Fiquei com receio, pois não tinha experiência nesse campo. Agora, os jornalistas escrevem bem, com clareza, elegância, atributos que faltam aos historiadores. Parte dos historiadores são muito rigorosos na pesquisa, mais do que os jornalistas. Principalmente, com relação às fontes. Aliás, muitos deles chegam a interpretar e criticar suas fontes de pesquisa. Não colocamos nada em nossos livros sem uma ampla pesquisa e uma documentação precisa. Quando se trabalha assim, o historiador termina por colocar uma multidão de notas de rodapés na páginas. A leitura é muitas vezes cansativa. Atualmente, existe uma maior preocupação dos historiadores com relação à escrita, ao estilo. Isso é que atrai o leitor. Na França e na Inglaterra muitos escritores escrevem biografias com grande êxito. Conscientemente, faço um esforço nessa direção. Discuto muito esse problema com meus alunos e colegas. A história é algo que afeta todo o mundo. E existe também uma grande demanda pela História. Não só no Brasil, mas em todo o mundo. Quando você escreve para uma revista especializada pode até utilizar uma linguagem mais acadêmica. Mas, no suporte livro, você deve escrever de maneira clara e objetiva. Só assim atingirá o grande público.